Política – 11/05/2012 – 15:05
A sessão da Câmara de Vereadores de Sorocaba (98 km de São Paulo) foi tumultuada na última terça-feira (8). Um bate-boca entre dois parlamentares se transformou em caso de polícia. Moko Yabiku (PSDB) registrou ontem (quinta 10) um boletim de ocorrência no qual acusa Caldini Crespo (DEM) de racismo contra a colônia japonesa.
Os vereadores debatiam o projeto de lei do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) Progressivo quando os dois parlamentares se desentenderam. Em determinado momento, Crespo usou a tribuna e disse: “Ele (Yabiku) quebrou a palavra empenhada. Não basta derrubar a minha emenda como ele falou e gravou aqui várias vezes. Amarelou, mas ele é da raça amarela mesmo. Portanto, não é novidade”.
Yabiku disse que não se deu conta do preconceito no dia da sessão, por isso foi dois dias depois à delegacia. O caso será agora investigado pela Polícia Civil de Sorocaba. Segundo o delegado seccional adjunto de Sorocaba, José Antônio Bellotti, os dois vereadores serão ouvidos, além de outros parlamentares presentes à sessão. Quando estiver concluído, o inquérito policial será encaminhado ao Ministério Público.
Defesa
Do outro lado está Caldini Crespo, que nega ter agido de forma preconceituosa em relação à raça amarela. Para ele, o comportamento do colega foi o inverso do habitual entre os japoneses, que costumam cumprir com a palavra. “Agora ele terá que provar que tem razão, senão o Yabiku pode ser enquadrado em denunciação caluniosa”, afirmou.
A Ucens (União Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira) emitiu nota de apoio ao vereador oriental e repudiando a atitude do outro parlamentar. As palavras de Crespo foram classificadas como uma “lamentável expressão discriminatória”.
Fonte: Bol