Com setor de celulose aquecido, município responde por 31,1% do total exportado pelo estado.
Três Lagoas segue como principal motor das exportações sul-mato-grossenses e iniciou 2025 com um expressivo crescimento de 30,8% nas vendas externas em janeiro, comparado ao mesmo período do ano anterior. O município foi responsável por 31,1% do valor total exportado pelo Mato Grosso do Sul, consolidando sua posição como principal polo industrial do estado.
Os dados fazem parte da Carta de Conjuntura Comércio Exterior da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), divulgada nesta segunda-feira, 10. O documento aponta que o Mato Grosso do Sul registrou um superávit de US$ 529 milhões no primeiro mês do ano, impulsionado pelo avanço de 0,9% nas exportações, que somaram US$ 739 milhões.
A celulose manteve-se como o carro-chefe das exportações do estado, representando 53,3% da pauta de exportação e atingindo um volume de US$ 394,1 milhões. O setor registrou um crescimento impressionante de 186,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em seguida, a carne bovina aparece como segundo produto mais exportado, com US$ 102,5 milhões, correspondendo a 13,9% da receita estadual.
O avanço do setor industrial também é um dos destaques do levantamento. A Indústria de Transformação cresceu 51,9% em valor e 47,8% em volume, enquanto a Agropecuária registrou forte retração de 86% em movimentação e 85,7% em volume. A Indústria Extrativa também teve queda, com recuo de 25,3% no rendimento.
No comparativo entre os municípios, Três Lagoas aparece como o maior exportador, seguido por Ribas do Rio Pardo, que alcançou 25,1% de participação e impressionantes 5.933% de crescimento em relação ao ano anterior. A capital Campo Grande ocupa o terceiro lugar, com 6,5% do total exportado.
O desempenho de Três Lagoas é resultado direto do fortalecimento da indústria de celulose, que tem ampliado sua capacidade produtiva nos últimos anos. O secretário estadual de Desenvolvimento, Jaime Verruck, destacou o papel desse setor na economia local e estadual.
“O balanço de exportações de Mato Grosso do Sul reflete a política de desenvolvimento industrial e agroindustrial do Governo Riedel. O setor da celulose tem sido determinante para esse crescimento e foi impulsionado também pelo início das atividades da Suzano em Ribas do Rio Pardo”, afirmou.
A China continua sendo o principal destino dos produtos sul-mato-grossenses, absorvendo 41,7% das exportações do estado. Entretanto, o levantamento da Semadesc aponta um crescimento expressivo nas exportações para a Itália, com um aumento de 245,5%, e para Bangladesh, com 497,2%. O escoamento da produção ocorre principalmente pelos portos de Santos (60,4%) e Paranaguá (20,9%), que são os principais canais de saída para as exportações sul-mato-grossenses.
Apesar do avanço nas exportações, as importações tiveram uma queda de 15,7%, totalizando US$ 209 milhões. O gás natural foi o principal item importado pelo estado, respondendo por 46,5% da pauta de importação, embora tenha registrado uma redução de 20,1% em relação ao mesmo período do ano passado.