Um estudo publicado na revista Nature Communications revela que treinamentos contra desinformação podem ser eficazes na ajuda às pessoas para identificar e rejeitar fake news em apenas um mês. Realizado com mais de 11.000 participantes, o estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford e analisa o impacto de intervenções modernas de “inoculação” contra desinformação.
Os participantes passaram por três tipos de treinamento: análise de um artigo para identificar táticas de desinformação, assistir a um vídeo educativo ou jogar um jogo simulando a criação de notícias falsas. Os resultados mostraram que todos os métodos de treinamento aumentaram a capacidade de identificar notícias falsas, com destaque para o formato baseado na leitura de artigos, que teve o efeito mais duradouro, durando cerca de um mês. Já os métodos gamificados e em vídeo apresentaram resultados mais curtos, com efeitos de cerca de duas semanas.
A memória e a motivação dos participantes foram fatores-chave para a eficácia a longo prazo. Intervenções de “reforço”, como lembretes após o treinamento, também são importantes para ajudar na retenção das informações e no combate contínuo à desinformação.
Os pesquisadores destacam a diferença entre desmistificação e “pré-mistificação”, sendo esta última uma abordagem que ajuda a desenvolver imunidade à manipulação antes mesmo de ser exposto à desinformação. O estudo sugere que com reforços contínuos, os efeitos do treinamento podem durar até meses ou até anos.
Embora o estudo mostre avanços na luta contra a desinformação, especialistas alertam que, no contexto político atual, especialmente nos Estados Unidos, pode ser difícil implementar essas estratégias em larga escala. No entanto, iniciativas locais, como programas de alfabetização midiática, podem ser mais viáveis.
Para se proteger da desinformação, os pesquisadores recomendam que as pessoas desacelerem ao encontrar notícias online e analisem cuidadosamente as informações antes de reagir emocionalmente. Além disso, existem aplicativos que ajudam a identificar fake news e melhorar a detecção de informações enganosas.
Com informações CNN Brasil