A Tools for Humanity, cofundada por Sam Altman, CEO da OpenAI, está oferecendo criptoativos para pessoas que se dispuserem a ter suas íris escaneadas pela empresa. A iniciativa levanta questões sobre a importância da íris como um dado biométrico e sua segurança.
A singularidade da íris
A íris é única em cada indivíduo, não havendo duas iguais no mundo. Diferentemente da cor, o desenvolvimento da íris não é determinado geneticamente, tornando-a diferente até mesmo entre gêmeos idênticos. A forma da íris, que não muda ao longo da vida, permite que ela seja utilizada como um identificador biométrico, semelhante à impressão digital. No entanto, a biometria da íris é mais precisa que outras modalidades, como o reconhecimento facial, segundo a empresa World, que lidera o projeto de escaneamento.
Biometria e segurança
Os dados biométricos, como a íris, são difíceis de modificar e não podem ser facilmente trocados ou apagados em caso de uso indevido ou vazamento. Por isso, sua utilização exige cautela. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) alerta que a exposição desses dados pode ser comparada a andar com a senha do banco à mostra. A Tools for Humanity assegura que as imagens das íris não estão sendo armazenadas.
Verificação de humanidade
Através de um dispositivo chamado Orb, equipado com câmeras de alta resolução, a Tools for Humanity coleta dados da íris para criar um sistema de verificação humana conhecido como WorldID. Esse sistema geraria um código de identificação que poderia ser utilizado por empresas no processo de recrutamento, garantindo que os candidatos são pessoas reais, não robôs.
Recompensas e adesão
Os participantes que cedem suas informações são recompensados com criptoativos, que podem ser convertidos em dinheiro. Há relatos de pessoas que conseguiram sacar até R$ 700, embora não haja um valor fixo estabelecido. A procura pelo escaneamento da íris é alta, com mais de 22 milhões de downloads do aplicativo WorldApp globalmente e 1 milhão só no Brasil. Cerca de 10 milhões de pessoas já fizeram a verificação de íris, incluindo 400 mil brasileiros.
Investigações e preocupações
A ANPD está investigando a Tools for Humanity, tendo solicitado detalhes sobre o tratamento dos dados coletados, os direitos dos titulares e o contexto da coleta. Especialistas em segurança e privacidade demonstram preocupação com iniciativas como a da Tools for Humanity, destacando os riscos associados ao uso e armazenamento de dados biométricos sensíveis.
Com informações Uol