Com a estiagem severa, usina entra em operação para garantir fornecimento de energia no país.
A Usina Termelétrica de Três Lagoas foi reativada na noite de segunda-feira, 09, para suprir a queda na geração de energia elétrica provocada pela seca que afeta o Brasil. A estiagem prolongada prejudicou o desempenho das usinas hidrelétricas, que representam a principal fonte de energia do país.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os reservatórios das hidrelétricas estão com níveis 50% abaixo da média, o que levou o governo federal a recorrer às termelétricas como medida emergencial, conforme decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), publicada em agosto.
A termelétrica de Três Lagoas, que opera com gás fornecido pela MS Gás, tem capacidade de consumo de até 1,8 milhão de metros cúbicos de gás por dia, podendo gerar até 368 megawatts (MW) de energia. No entanto, a usina nem sempre opera com sua capacidade máxima, o que faz com que o custo diário varie. Na terça-feira, por exemplo, a usina consumiu 1 milhão de metros cúbicos de gás, ao custo de R$ 48 mil.
A usina está em operação principalmente no final da tarde, quando há uma redução na geração de energia solar e maior demanda sobre outras fontes energéticas. Além da unidade em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul também conta com uma termelétrica em Campo Grande, que ainda não entrou em operação. Essa usina tem capacidade de gerar 190 MW, suficiente para atender metade do consumo da capital.
As termelétricas representam 6,5% da capacidade de geração de energia no Mato Grosso do Sul, de acordo com o Relatório de Energia Elétrica do Estado, elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
A Usina Termelétrica de Três Lagoas, que completou 20 anos em 2024, é parte fundamental do Sistema Interligado Nacional (SIN) e atua como apoio às fontes renováveis de energia do Brasil. Desde sua inauguração em 2004, a usina gerou cerca de 19,5 milhões de megawatts-hora (MWh), o suficiente para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes por mais de 11 anos.
O projeto da usina foi executado em duas fases: a primeira, iniciada em 2001, concluiu a construção de quatro turbogeradores a gás com potência total de 252 MW. Em 2010, a segunda fase adicionou quatro caldeiras recuperadoras e dois turbogeradores a vapor, aumentando a capacidade da usina para 368 MW e elevando a eficiência energética de 34% para 47%, sem aumento no consumo de gás.
