Política – 01/02/2012 – 15:02
Durante a cerimônia de abertura do Ano Judiciário de 2012, na manhã desta quarta-feira, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse que as pessoas usam a palavra crise “indiscriminadamente”. “(Fala-se que) Tem crise no Judiciário, Legislativo, Executivo, sem preocupar com as gradações da crise. As pessoas usam indiscriminadamente a palavra crise, vejo isso quando um ministro sai, entra outro, e o governo continua”, afirmou.
As declarações de Temer ocorrem às vésperas da possível queda do ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), que deve entregar sua carta de demissão na quinta-feira à presidente Dilma Rousseff. Uma pessoa do governo, que falou sob condução de anonimato, afirmou que Dilma deve decidir o sucessor até sexta-feira.
No evento que marcou a abertura dos trabalhos do Judiciário em 2012, Temer afirmou que, durante o período de recesso, os poderes não “fecham as portas”, “como não fecha as portas o seu poder legislativo, os poderes não podem parar, essa solenidade de abertura é pra afirmar que as portas do Judiciário agora se escancaram para a prática democrática do País”, afirmou o vice presidente.
Assim como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, o peemedebista rejeitou que exista alguma crise, mas se referiu ao julgamento que pode esvaziar os poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), hoje responsável por investigar e punir magistrados que cometem deslizes. A sessão que determinará o destino do conselho ocorre ainda hoje.
“Tenho ouvido que o poder Judiciário está em crise, (…) confesso que, alheio à só visão catastrófica dos homens e das coisas, não é assim que vejo o país e o Judiciário”, disse Peluso. “Por mais que chame atenção as tarefas fiscalizatórias, a atuação do CNJ como orientador da política nacional tem sido decisiva para o progresso do judiciário”, acrescentou, negando que o Judiciário seja uma “caixa preta”.
Fonte: Terra