03/04/2014 – Atualizado em 03/04/2014
Por: Terra
Seu quarto de estudos fica no fundo da casa. Por conta da mudança, muitas coisas ainda estão encaixotadas. Enquanto fotógrafo e cinegrafista preparam o cômodo com luzes e buscam o melhor enquadramento, a reportagem cumpre seu papel: bisbilhota. Todas as caixas de papelão estão visivelmente cheias, já sem o formato quadrado como se estivessem prestes a explodir. Enquanto nossa entrevistada se prepara, uma rápida olhada por entre as abas dos volumes. São páginas e mais páginas de partituras. Provavelmente centenas de quilômetros de linhas tomadas por notas, compassos, andamentos e claves.
Com o cenário pronto, Rita, já totalmente convertida em Suzy, chega ao seu quarto de estudos. Com uma escova na mão, ela ajeita seus cabelos e se preocupa a todo instante sobre como está nas fotos. A pianista não esconde em nenhum momento que usa sua imagem como carro-chefe de seu trabalho. Por outro lado, muito se engana quem pensa que tal “mulherão” tenha uma autoconfiança inabalável. A musicista confessa que não estava preparada para os comentários da internet. O anonimato dos usuários causa diariamente ataques de ódio e intolerância. Com ela não foi diferente.
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“Eu não estava esperando pela repercussão. Não gostei nada como aconteceu. Fiquei muito abalada psicologicamente. Não estava preparada. Foi terrível. Foi uma das piores fases da minha vida. Eu não esperava essa falta de respeito. Comentários muito maldosos. As pessoas são assim com vários artistas. Mas me chocou bastante”.
Suzy começou a tocar piano cedo. Aos sete anos de idade já estava em uma escola de música. A rotina maçante seguiu com a faculdade – onde praticava até oito horas por dia. “Hoje umas três horas por dia já são suficiente. Mais do que isso eu acho que não consigo”, diz.
A dedicação ao instrumento de Rita teve uma resposta desigual da carreira. A pianista viu que o mercado popular era limitado demais para o gênero clássico. “Eu lanço um pergunta para vocês. Quantos pianistas famosos que você conhecem? Que aparecem na televisão? Não tem”.
Suzy ainda não é uma artista completamente formada. Ela faz apostas, estuda propostas e busca caminhos de atingir sua fama. Musicalmente, a pianista caminha entre dois gêneros extremos: o erudito e o popular. Resumindo: o que estudou para fazer e o outro que dá audiência e exposição. Do lado clássico, diz ser fã de Heitor Villa-Lobos e Sergei Rachmaninoff. “Os dois de que mais gosto”.
No entanto, a busca pela fama e pelas visualizações do YouTube fez com que a musicista – além da lingerie – interpretasse hits mais populares. “Agora estou tocando modinha que o povo gosta. Sou uma pianista populista. Tem que fazer o que o povo gosta. Fiz vários hinos de futebol. Toco o que está tocando ou o que as pessoas pedem. Nem tudo que eu toco eu gosto. Deixo isso bem claro”.


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