O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, por unanimidade, a decisão liminar do ministro Luiz Fux que determinou a adoção de medidas para impedir o uso de recursos de benefícios sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), em apostas online, popularmente conhecidas como “bets”. A medida, que visa combater o vício em jogos de azar e proteger a saúde financeira das famílias vulneráveis, foi consolidada nesta quinta-feira, com a participação de todos os 11 ministros no julgamento virtual.
Além disso, a decisão do STF também reforçou a necessidade de implementação imediata de normas para restringir a publicidade de apostas online direcionada a crianças e adolescentes. Com isso, anúncios de jogos de azar não poderão mais ser voltados para o público jovem, uma tentativa de mitigar os riscos do vício precoce.
R$ 3 bilhões gastos em apostas
Em setembro, um estudo divulgado pelo Banco Central revelou que, em agosto deste ano, beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com apostas online, apenas por meio de transferências via Pix. O montante alarmante chamou a atenção das autoridades, que passaram a se preocupar com o impacto financeiro e psicológico desse tipo de comportamento nas famílias de baixa renda. A decisão do STF surge como resposta a esse cenário, com o objetivo de proteger a saúde mental e o equilíbrio econômico das pessoas que dependem desses programas de assistência social.
Em relação à regulamentação da publicidade, a portaria que visa restringir a promoção de apostas online para crianças e adolescentes entrou em vigor em julho deste ano. No entanto, as regras de fiscalização e monitoramento da norma só começarão a ser implementadas a partir de 1º de janeiro de 2025. A medida foi tomada em resposta ao crescimento do número de jovens envolvidos com jogos de azar, um problema cada vez mais presente no Brasil, conforme apontam estudos recentes.
Impacto da decisão
Com a decisão do STF, a expectativa é de que o governo federal tome medidas imediatas para bloquear o uso de recursos do Bolsa Família e do BPC em apostas online, o que poderá gerar um impacto significativo no setor de jogos de azar. A regulamentação das campanhas publicitárias voltadas a menores também representa um avanço importante na luta contra o marketing agressivo de apostas.