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Simone diz que “enfrenta máquina”, mas segue otimista

Candidata do MDB à presidência do Senado, senadora sul-mato-grossense reconhece início tardio da campanha e tenta reverter votos

17/01/2021 16h47
Por: Marco Campos / Correio do Estado

Após o anúncio da candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) para disputar a presidência do Senado, a parlamentar começou o processo de articulação nos bastidores da corrida eleitoral.

Segundo Tebet, o atraso em definir um nome pela bancada emedebista atrapalhou esse processo, porém, ela avalia que o jogo está no início e tem a expectativa de alcançar os 41 votos necessários para conquistar o comando da Casa de Leis, dos 80 possíveis.

Enquanto seu adversário Rodrigo Pacheco (DEM-MG) já contabiliza 38 votos, Tebet revelou ao Correio do Estado que, além da bancada emedebista (15 votos), já fechou acordo com o Podemos (9 votos) e o Cidadania (3 votos). Somadas, as siglas contabilizam 27 senadores.

A parlamentar comentou ainda que a tarefa de enfrentar seu adversário não será fácil, pois ele conta com o apoio do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), e também do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

Outra dificuldade apontada pela senadora foi a demora da bancada emedebista em fechar um nome para a disputa do cargo, algo que ocorreu há apenas três dias.

“Esse processo mais moroso faz parte do jogo democrático do nosso partido. Porém, o meu adversário já vinha em campanha e conversava com todas as siglas para compor seu apoio. Agora entramos no jogo em definitivo”, avaliou.

JOGO SUJO
Segundo a candidata, ela vem sendo alvo de fake news, termo em inglês atribuído a notícias e informações falsas, dentro do Congresso Nacional.

“Em tempos de desinformação, esse tipo de disseminação mentirosa entrou no jogo, infelizmente. Além de lutar contra o candidato preferido do atual presidente e que tem a simpatia do governo federal, ainda temos de lidar com esse tipo de medidas rasteiras. No entanto, eu pertenço à maior bancada do Senado e ao partido mais tradicional da história brasileira, por isso, esse tipo de ação não vai abalar minha empreitada”, declarou.

FEITO INÉDITO
A senadora ganhou força nos últimos anos no cenário político nacional após se posicionar contra um dos principais caciques do MDB, o senador Renan Calheiros.

Na última eleição da Casa, Tebet lançou uma candidatura para disputar ao cargo de presidente, mesmo sabendo que a maioria da bancada avaliava que Calheiros seria o melhor nome para a disputa.

Visando uma possível vitória do cacique emedebista, ela desistiu da candidatura e apoiou a eleição do atual presidente. Essa manobra deu força à candidatura do até então político pouco conhecido no País.

A estratégia lhe rendeu o cargo de primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Agora ela também entra na história de 197 anos do Senado como a primeira política a disputar uma eleição para o comando da Casa de Leis.

“Quando soube dessa informação, eu fiquei chocada em saber como é difícil para nós mulheres configurarmos um protagonismo na política nacional”, enfatizou.

“No entanto, em vez de me desanimar e achar que a minha eleição é impossível, eu sinto ainda mais vontade de lutar pelo objetivo de equidade de gênero em nossa sociedade. Além disso, o fato de uma mulher sul-mato-grossense ser a primeira a disputar uma eleição como essa só me enche de orgulho”, completou.

ESQUERDA E BOLSONARO
A senadora também comentou o fato de PT e PDT – partidos tradicionais da esquerda brasileira – anunciarem apoio a Pacheco, que tem o apreço do presidente Bolsonaro.

“É a velha história: os fins justificam os meios. No anseio de angariar cargos na Mesa Diretora, esses partidos se ‘vendem’, fugindo das bases ideológicas que os fundamentam. Porém, isso não significa que todos os parlamentares vão votar de acordo com o que a legenda definiu, pois o voto é secreto e pretendo agregar alguns votos dos insatisfeitos por essas tomadas de decisões”, projetou.

PROMESSA
Tebet também falou como será sua condução, caso ocupe a presidência.

“O Senado tem de voltar a ser protagonista das pautas mais importantes para o Brasil. Não podemos ser apenas carimbadores de algo que já foi definido entre o Executivo e a Câmara. Nossa Casa deve voltar a ser encarada como um poder moderador de fato e a porta de saída para a crise atual, como ocorreu desde a redemocratização, com a Constituição de 1988”.

“Por esse motivo eu defendo minha eleição, pois eu acredito na independência entre os Poderes da República e em não corrermos o risco de virar apenas um puxadinho do governo federal”, encerrou.

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