O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), apresentou na manhã desta segunda-feira (8) aos 79 prefeitos de Mato Grosso do Sul, na sede da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), a situação epidemiológica do coronavírus e a preocupação quanto a nova variante.
08/03/2021 15h15
Por: Gabrielle Borges
Durante a reunião, a secretária-adjunto de Estado de Saúde, Crhistinne Maymone, mostrou aos prefeitos o atual cenário epidemiológico do Estado. “Vimos que os casos estão em ascensão e hoje registramos o maior número de pessoas internadas, com 724 pacientes. Dourados e Campo Grande estão com 100% de leitos ocupados. Assim, precisamos rever o que construímos e nos atualizar sobre essa doença”.
A adjunta da Saúde ainda reforçou aos prefeitos quanto a necessidade de seguirem as recomendações adotadas pelo Programa Prosseguir e quanto a intensificação nas ações do Programar Rastrear. “Nós precisamos identificar os contatos e ir atrás para quebrar a cadeia de transmissão. Precisamos ter um diagnóstico rápido para que possamos ter um controle maior sobre a doença e intensificar a vacinação”, disse Maymone.
Consultor da SES, o médico infectologista e pesquisador da UFMS, Julio Croda, reforçou a preocupação quanto a nova variante do coronavírus e disse que o momento é de união entre o Estado e os municípios. “Nós sabemos que essa variante é duas vezes mais transmissora. O nosso sistema de saúde até hoje não colapsou, mas nós nunca passamos por este momento que é bastante delicado. Sabemos que os municípios têm dificuldade de contratar médico ou fazer abertura de novos leitos. Mas, nós temos que estar preparados para os próximos dois meses. Por isso, os municípios precisam seguir às orientações do Prosseguir”.
O presidente da Assomasul e prefeito de Nioaque, Valdir Júnior, destacou que a entidade está acompanhando a situação epidemiológica do Estado. “Fizemos uma solicitação para podermos participar do COE (Comitê de Operações Emergencial) para que nós possamos tomar decisões em conjunto. Antes, as decisões estavam ocorrendo de forma isolada em cada município. Então, nos colocamos à disposição para que possamos tomar essas decisões em conjunto e obedecendo às regras do Prosseguir, que tem todo um estudo científico para poder trazer aos municípios menores, todas essas informações de combate ao covid”.
Medidas restritivas
Japorã também segue com toque de recolher até às 22h. Essa última medida foi determinada pelo Governo do Estado. De acordo com o prefeito, houve sobra de vacina na cidade porque nem todos os indígenas quiseram ser imunizados.
O excedente foi então usado na população idosa e pessoas de 59 anos já estão sendo vacinadas.
Em Bela Vista, o prefeito Reinaldo Piti (PSDB) afirmou que todas as providências estão sendo tomadas na cidade. Mas, classificou a orientação de fechamento do comércio como muito forte e disse ser contrário.
Também afirmou que a opção pelo fechamento ‘só em último caso’. Ele declarou ainda não apostar na vantagem de compra de vacina por meio de consórcio entre as prefeituras, devido à dificuldade no fornecimento.
Seguindo o Governo
Juliano Ferro (DEM), prefeito de Ivinhema, disse que a estratégia da prefeitura é baixar os números da pandemia, ‘antes de algo mais drástico’.
“Fechamento seria o último caso, mas se for necessária, faremos. Vamos seguir o Governo”, disse. O Governo do Estado, contudo, passou justamente às prefeituras a responsabilidade pelo aumento de restrições para conter a pandemia.
Em Bonito, mesmo oscilando entre o laranja e o vermelho no Prosseguir – programa de segurança que monitora o avanço da Covid-19 no Estado – o prefeito descarta a possibilidade de lockdown.
“Determinamos a biossegurança, foi bem implementada. Mas vamos aumentar a austeridade nas punições. Quem violar as disposições do decreto vai ter alvará cassado por 90 dias. Também vamos apertar o horário do toque [de recolher]. Mas não vai ter lockdown”, finalizou o prefeito Josmail Rodrigues (PSB).
UTIs
O número de internados por coronavírus não para de crescer e Mato Grosso do Sul bate mais um recorde da pandemia nesta segunda-feira (8). Com 724 pacientes internados, MS atingiu o maior número de leitos ocupados por pacientes com Covid-19 desde o início da pandemia. A taxa de ocupação de leitos chega a 100% em regiões do Estado.
A informação foi divulgada pela secretária adjunta da SES (Secretaria de Estado de Saúde) Crhistinne Maymone durante reunião nesta segunda (8) com prefeitos na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). A reunião tem como objetivo discutir quais medidas devem ser tomadas no Estado, diante do avanço do coronavírus.
Ainda segundo Maymone, a taxa de ocupação de leitos nas macrorregiões de Campo Grande e Dourados chega a 100%. A secretária adjunta ressalta que em uma semana, houve avanço da doença em todo o Estado. Só para se ter uma ideia, na última segunda-feira (1), MS tinha 611 pacientes internados, ou seja, em uma semana o Estado teve 113 internados a mais.