Há quatro décadas, físicos teorizavam que a mecânica da física quântica poderia criar um novo tipo de computador, muito mais poderoso que as máquinas convencionais. Agora, uma série de avanços trouxe essa “utilidade quântica” mais próxima da realidade.
De acordo com a Bloomberg, uma corrida está em andamento para desenvolver máquinas precisas o suficiente para modelar fenômenos complexos do mundo real. Esses computadores podem significar um salto à frente em áreas como desenvolvimento de medicamentos, modelagem financeira e inteligência artificial.
O que faz os computadores quânticos tão diferentes?
Eles podem resolver problemas que os computadores clássicos não conseguem. Em dezembro, o Google revelou que seu mais recente processador quântico, Willow, resolveu em cinco minutos um problema que os supercomputadores mais poderosos do mundo não resolveriam mesmo trabalhando desde o início do universo. Os computadores quânticos são ideais para tarefas com muitas variáveis, como modelar sistemas complexos onde as características mudam conforme interagem entre si. Eles podem, por exemplo, replicar o comportamento de moléculas para acelerar o desenvolvimento de medicamentos ou simular decisões de atores econômicos para prever melhor o mercado.
Quem está liderando a construção de computadores quânticos?
Desde 2011, quando a D-Wave Quantum se tornou a primeira a vender computadores quânticos, gigantes como IBM, Google, Amazon Web Services e várias startups criaram computadores quânticos funcionais. Recentemente, empresas como a Microsoft fizeram progressos significativos na construção de supercomputadores quânticos. A Intel começou a enviar chips quânticos de silício com transistores chamados qubits, que são até 1 milhão de vezes menores do que outros tipos de qubit. Google, IBM e startups como Universal Quantum e PsiQuantum prometem entregar um supercomputador quântico útil até o final da década. A China está investindo US$ 10 bilhões em um Laboratório Nacional de Ciências da Informação Quântica.
Quando teremos computadores quânticos acessíveis?
Isso depende do uso pretendido. Já é possível resolver problemas em máquinas de 100 qubits via IBM Quantum Platform baseada em nuvem. Cientistas acreditam que um computador quântico “universal” para aplicações comerciais estará disponível na próxima década. No entanto, uma desvantagem potencial é a facilidade com que esses computadores podem quebrar sistemas de criptografia clássicos. Governos e empresas estão investindo milhões para proteger sistemas legados contra essa ameaça.
A corrida pela supremacia quântica está apenas começando, prometendo transformar muitos campos do conhecimento e da tecnologia.
Com informações Exame.