Sargento estava internado há cerca de duas semanas intubado na UTI do hospital da Cassems, e faleceu nessa quarta-feira (22). Há 4 anos, ele já tinha uma batalha ao descobrir um raro câncer de mama.
23/04/2021 11h33
Por: Gabrielle Borges
Referência no canil do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BpChoque), em Campo Grande, o sargento Ricardo Fernando Nascimento Fonseca, de 36 anos, morreu após pegar Covid-19 e ficar cerca de duas semanas intubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital da Cassems. Há 4 anos, ele já tinha uma batalha ao descobrir um raro câncer de mama.
Segundo informações de colegas de trabalho e familiares, o sargento contraiu uma bactéria por ventilação mecânica, de nome Staphylococcus aureus. Em seguida, o quadro se agravou e ele faleceu às 11h32 (de MS) dessa quinta-feira (22). Nesta manhã (23) ocorre o velório e os policiais preparam o cortejo fúnebre, a ocorrer no cemitério Jardim das Palmeiras, região do bairro Seminário.
O atual comandante do BpChoque, o major Rigoberto Rocha, disse que, há uma década, convivia com o sargento. “Vou para sempre levar o exemplo de uma pessoa totalmente profissional e realmente especializado na área dele. Uma pessoa bastante querida por todos os colegas e que também estava na batalha contra o câncer há 4 anos”, ressaltou.
Segundo Rocha, que acompanhou toda a trajetória desde a soldado a sargento, Fernando contribuiu muito para a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PM-MS). “Ele contribuiu desde o início, na Cigcoe [Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais Cigcoe] e que depois se tornou o Batalhão de Choque. Tinha cursos e era instrutor com cão de faro, cão de ataque, cão que fazia a busca de desaparecidos, realmente uma referência”, comentou.
Já o antigo comandante do Choque, o coronel Marcus Pollet, que atualmente está no Comando de Policiamento Especializado (CPE), conhecia Fernando desde que ele ingressou na carreira, no ano de 2008.
“Eu o conhecia desde então e aí teve esse momento de descoberta do câncer de mama, algo extremamente raro para a idade dele. Na época, não havia um protocolo de tratamento e, com a metástase, o Batalhão e a PM deu todo tipo de apoio necessário para um tratamento digno a ele”, disse.
Ainda conforme Pollet, Fernando foi um “policial extremamente dedicado” o qual, voluntariamente, se adestrava cães e participava das operações escalas ordinárias e extraordinários. “Uma pessoa humilde, com muita técnica e que angariava a simpatia e a empatia de todos no Batalhão. Digo que ele tinha esse dom de ter empatia com todos. É uma grande perda, uma pessoa que acabou se tornando uma referência de policial lutador, de policial que não tinha medo do futuro e que tinha vontade imensa de viver”, falou.