Se projeto de candidatar-se à presidência da República fracassar, Simone fica sem mandato
No discurso da oficialização da pré-candidatura, Simone disse não ter um “plano B”, para concorrer à Presidência, isto é, quer manter-se como a concorrente principal pela sucessão de Jair Bolsonaro, do PL.
Ela afirmou acreditar que tem as “mesmas chances” do que os adversários.
O mandato de Simone senadora expira em 31 de janeiro de 2023, portanto, para seguir na vaga precisaria concorrer à reeleição em 2022.
E seu partido já elabora a lista dos prováveis candidatos e praticáveis alianças. Outras eleições para o Senado, depois do ano que vem, somente em 2024.
Para Carlos Marun, ex-ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, no governo de Michel Temer e um dos caciques do MDB em Mato Grosso do Sul, ao menos por enquanto o “mais viável” politicamente para a Simone é “centrar as atenções na disputa federal. É claro que na [disputa] nacional”.
o deve se juntar a campanha de André Puccinelli, pré-candidato do MDB ao governo de MS, a senadora tem agora de apostar as fichas na pré-candidatura à Presidência.
Já quando questionado se isso não representaria o afastamento dela na disputa regional, o ex-ministro desconversou: “melhor falar com ela”.
Marun, que participou da cerimônia da pré-candidatura, ressaltou a presença na solenidade de dois presidentes de partido, justos os mais interessados na composição da chamada terceira via.
Escolher um só candidato, mesmo de partidos diferentes – para enfrentar o ex-presidente Lula e o atual Jair Bolsonaro, que mais destacam nas pesquisas de intenção de votos.
O Podemos, do ex-ministro da Justiça no governo de Bolsonaro, Sérgio Moro, e o PSDB do pré-candidato João Dória, governador de São Paulo, também cobiçam a terceira via.
“O Luciano Bivar [presidente nacional do PSL] e o Bruno Araújo [presidente do PSDB) estão aí, sinal de conversa”, disse Marun, numa clara evidência de que o MDB de Simone dialoga com outras siglas já de olho em eventuais composições para as eleições de 2022.
O distanciamento de Simone das disputas regionais é conversa que desagrada integrantes da direção do partido, ao menos, oficialmente.
Com a garantia de que o nome não apareceria na reportagem, um membro do partido disse que a escolha da senadora como a pré-candidata à Presidência, “pode ajudar, como atrapalhar”.
A fonte sustenta que o MDB já deveria ter apressado na escolha dos candidatos.
“Se Simone estivesse interessada na reeleição, já deveria correr atrás dos votos, andar pelo interior, se juntar ao nosso pré-candidato ao governo [André Puccinelli], viajar.”
“Nossos concorrentes já estão fazendo isso, é só prestar a atenção. Agora, se der certo a candidatura dela à Presidência, ainda que como vice o MDB inteiro do MS pode se favorecer com isso”.
Informações do site Correio do Estado