Em uma reviravolta surpreendente, uma pintura comprada em uma venda de garagem em Minnesota foi identificada como um retrato desconhecido do famoso artista holandês Vincent van Gogh. A descoberta foi tornada pública após uma análise especializada recentemente publicada pela LMI Group International, uma empresa de pesquisa de arte.
A pintura, criada por Van Gogh durante sua estadia em um hospital psiquiátrico no sul da França em 1889, foi confirmada como sendo de sua autoria após especialistas examinarem a trama da tela, o pigmento da tinta e outras características. A obra, que mede 45,7 por 41,9 centímetros, apresenta a inscrição “Elimar” no canto inferior direito e levou quatro anos para ser identificada como uma peça genuína de Van Gogh.
Retrato de um pescador com barba
A pintura a óleo sobre tela retrata um pescador de barba branca fumando cachimbo enquanto conserta sua rede. Segundo a LMI, é baseada em uma obra do artista dinamarquês Michael Ancher (1849-1927) e é uma das muitas “traduções” de Van Gogh de obras de outros artistas.
Pesquisadores também encontraram um fio de cabelo incorporado na tela, que foi analisado, mas não pôde ser comparado com os descendentes de Van Gogh devido ao seu estado degradado.
Processo de autenticação e opiniões de especialistas
Lawrence M. Shindell, presidente e diretor executivo do LMI Group, afirmou em um comunicado à imprensa que o objetivo deles é aprimorar as ferramentas de autenticação de arte integrando ciência, tecnologia, conhecimento tradicional, contexto histórico, análise formal e pesquisa de procedência. Apesar da análise exaustiva, a pintura ainda aguarda atribuição oficial pelo Museu Van Gogh em Amsterdã. O museu anteriormente recusou atribuir a pintura a Van Gogh quando abordado pelo proprietário anterior em dezembro de 2018. No entanto, a LMI, que adquiriu a pintura em 2019, permanece confiante em sua autenticidade.
Contexto histórico e legado de Van Gogh
O relatório destacou que a descoberta de uma pintura desconhecida de Van Gogh não deveria ser uma surpresa, dado que Van Gogh perdeu muitas obras, deu peças a amigos e não era particularmente cuidadoso com estudos, dos quais havia muitos.
A LMI descreveu a pintura como uma “obra emocionalmente rica e profundamente pessoal criada durante o capítulo final e tumultuado da vida de Van Gogh.” O mestre holandês produziu cerca de 900 pinturas em sua vida e acredita-se que sofria de uma combinação de transtorno bipolar e transtorno de personalidade borderline, embora essas condições nunca tenham sido diagnosticadas.
Em 2020, pesquisadores do Centro Médico Universitário Groningen, na Holanda, sugeriram que Van Gogh experimentou dois breves episódios psicóticos, presumivelmente delírios induzidos pela abstinência de álcool, após ser hospitalizado após o incidente de cortar a própria orelha com uma navalha em 1888.
Com informações CNN Brasil