Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) chamou atenção para os riscos do uso inadequado do Zolpidem, um remédio muito usado no tratamento da insônia. Pesquisadores descreveram casos de mulheres que desenvolveram dependência severa da substância e buscaram ajuda no Promud, o Programa de Tratamento para Mulheres Dependentes de Drogas, do Hospital das Clínicas (HC).
As pacientes apresentaram sinais preocupantes, como tolerância – quando o corpo se acostuma e é preciso aumentar a dose para ter o mesmo efeito –, fissura – vontade incontrolável de tomar o remédio – e sintomas de abstinência, que em algumas tentativas de parar o uso resultaram até em convulsões.
Além disso, essas mulheres enfrentaram outros efeitos graves, como episódios dissociativos (um tipo de “transe” parecido com sonambulismo), perda de memória, dificuldades de atenção e quedas. Segundo os pesquisadores, esses problemas acontecem principalmente quando o remédio é usado de forma errada, como em doses altas, por períodos longos ou até como droga recreativa ou para aliviar a ansiedade.
O coordenador da pesquisa, Pedro Bacchi, destacou que ainda existem poucos estudos sobre dependência de Zolpidem. “A ideia era fazer uma revisão da literatura, mas percebemos que quase não havia dados suficientes. Então, resolvemos documentar os casos que recebemos no Promud”, explicou.
A pesquisa trouxe relatos de cinco mulheres atendidas no programa. Segundo Bacchi, isso oferece um olhar mais específico e ajuda a preencher a falta de informações sobre o assunto.
Cuidado com o uso do Zolpidem
O Zolpidem é considerado seguro quando usado do jeito certo, seguindo a prescrição médica. No entanto, o estudo mostra que o uso prolongado ou em doses erradas pode levar a problemas sérios, como dependência e intoxicação.
Com informações Jornal da USP