Por Robson Trevisan
Cada dia que passa, a realidade de uma nova fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul vai se tornando mais concreta.
Na tarde da última quinta-feira, 25.01, os membros do Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA) se reuniram e aprovaram, por unanimidade, a emissão da Licença Prévia (LP) para a implantação da fábrica de celulose da Arauco, em Inocência (MS), a quinta em Mato Grosso do Sul.
O próximo passo é conseguir a Licença de Instalação (LI), fundamental para o início das obras. No entanto, vale ressaltar que os trâmites estão de acordo com os prazos estabelecidos no cronograma da empresa.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destacou o detalhamento dos estudos técnicos elaborados pela empresa e o relatório dos técnicos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
“Estamos tendo a oportunidade de receber outro grande empreendimento, a exemplo da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo. Tomamos todos os cuidados, tanto do ponto de vista ambiental, quanto de infraestrutura urbana para suportar esse crescimento repentino que terá Inocência”, disse Verruck.
Além de celulose, a Arauco também vai produzir energia elétrica com a queima de restos da madeira (raízes, galhos), tendo capacidade para 420 MW. Boa parte dessa energia será consumida pela própria fábrica e o excedente, exportado.
O tráfego de caminhões pelas rodovias que circundam Inocência também foi dimensionado no EIA/Rima e demonstrou que não haverá alteração significativa no fluxo.
A Arauco firmou um protocolo de intenções com a Prefeitura de Inocência no sentido de investir, no que for necessário, em termos de infraestrutura, para diminuir os impactos econômicos, sociais, logísticos, fiscais e populacionais decorrentes da implantação da fábrica.
Uma dessas ações é justamente a construção de uma terceira pista na rodovia MS-377, no trecho entre Água Clara e Inocência.
O empreendimento intitulado como “Projeto Sucuriú” prevê investimento aproximado de R$ 15 bilhões e geração de 12 mil empregos durante a obra. Já quando entrar em operação, a fábrica deve gerar 1.070 empregos diretos e indiretos.
A construção tem previsão de iniciar em 2025; a primeira fase do projeto deve entrar em operação no ano de 2028 e a segunda fase em 2032. Cada linha terá capacidade de produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose ao ano, funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana.