Policial – 05/01/2012 – 08:01
Detido na manhã desta quarta-feira (4), ele admitiu parte das agressões. Criança teria sido mordida nos dedos e tido o rosto tampado com travesseiro
Um jovem de 22 anos é suspeito de torturar o filho, um bebê de 2 meses, em Rubiataba, a 231 quilômetros de Goiânia. Após denúncia do Conselho Tutelar, ele acabou preso, na manhã desta quarta-feira (4), por policiais civis da cidade. Desempregado, ele estava em casa no momento da prisão.
De acordo a escrivã da Delegacia de Rubiataba, Núria Graziela Terra, as agressões atribuídas a ele vão de tapas fortes nas pernas e nádegas até mordidas nos dedos. Em depoimento, a mãe da criança contou que ele cobria o rosto do filho com travesseiro a fim de abafar o choro. Em uma ocasião, ele teria, inclusive, apertado o nariz do bebê até sangrar.
Na delegacia, o pai usou o direito de permanecer calado na maior parte do interrogatório. De acordo com Núria, ele confirmou apenas as agressões mais leves, como tapas e ter apertado o nariz da criança, mas disse que não chegou a sangrar. O motivo seria o choro constante do filho. Ele negou as mordidas na unha e ter tapado o rosto dele com travesseiro.
Denúncia
Após uma denúncia anônima, o Conselho Tutelar registrou o boletim de ocorrência contra o pai por maus-tratos, na última quinta-feira (28). De acordo com a escrivã Núria Graziela Terra, o pai foi intimado para ir até a delecia, acompanhado do bebê, mas não compareceu. Em vez dele, a mãe levou a criança e prestou esclarecimentos.
Segundo a escrivã, a mãe confimou que o marido praticava, com frequencia, atos de violência contra o único filho do casal. Ao perceber a gravidade da situação, o delegado Eurípede de Oliveira Medeiros pediu para que a criança fosse examinada por um médico do hospital da cidade.
Relatório médico
O relatório médico constatou unhas arroxeadas e cicatriz de aproximadamente dois centímetros próxima ao joelho. Questionada, a mãe teria respondido que se tratava de uma mordida do pai. Com base nesses dados, o delegado decidiu pedir a prisão preventiva do suspeito.
Segundo a escrivã, apesar de não ter uma lesão grave, a criança vinha sofrendo maus-tratos continuamente. Para os policiais, a mãe da criança estava amedrontada e há a possibilidade dela também ser vítima de violência.
Para concluir o inquérito, o delegado pretende ouvir vizinhos do casal, a conselheira tutelar responsável pelo caso e aguarda o resultado de um exame do Instituto Médico Legal (IML). O pai pode ser indiciado por tortura, crime inafiançável com pena de dois a oito anos de reclusão.
Fonte: G1