Pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP em Pirassununga testaram óleos essenciais de tomilho e orégano na produção de cachaça orgânica, apresentando ação antimicrobiana eficaz contra bactérias lácticas, uma contaminação comum no processo de fermentação do caldo de cana.
Os experimentos utilizaram amostras reais de caldo de cana de usinas brasileiras, garantindo a carga microbiana do campo e aproximando o estudo da realidade dos produtores orgânicos. O grupo desenvolveu um método de fermentação que não comprometeu a ação das leveduras comerciais.
Os resultados, publicados no International Journal of Food Microbiology, mostraram que os óleos essenciais não só controlam a proliferação de bactérias, mas também aumentam a produção de bioetanol em cerca de 3%. A pesquisa está em processo de registro de patente.
A contaminação microbiológica durante a fermentação da cana-de-açúcar é um desafio tanto para grandes quanto para pequenos produtores, pois microrganismos indesejados competem com as leveduras fermentativas. A utilização de óleos essenciais oferece um controle preventivo com baixo impacto ambiental, ao contrário de métodos tradicionais como o uso de antibióticos e ácido sulfúrico.
O Brasil, que registrou 1.217 cachaçarias em 2023 e exportou mais de US$ 20 milhões em cachaça, pode se beneficiar dessa tecnologia, especialmente no mercado de cachaças orgânicas.
Com informações Jornal USP.