Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, demonstraram que uma combinação de proteínas encontradas no soro humano pode detectar com precisão a doença de Alzheimer. Publicado no último domingo (28) no Journal of American Medical Association, o estudo mostrou que esse método é mais eficaz do que os tradicionais testes cognitivos e tomografias computadorizadas, especialmente em pacientes com sintomas.
Atualmente, cerca de 55 milhões de pessoas vivem com demência, principalmente na forma de Alzheimer, uma doença que pode ser influenciada por fatores genéticos e ambientais. Para diagnosticar a condição, os médicos combinam exames de imagem que mostram a degradação do tecido cerebral com testes cognitivos e a análise dos sintomas relatados pelos pacientes. No entanto, a precisão dos médicos de atenção primária na identificação da doença é de apenas 61%, enquanto os especialistas acertam 73% das vezes.
O neurologista Sebastian Palmqvist destacou, em comunicado, a falta de ferramentas de diagnóstico precisas e econômicas, principalmente na atenção primária. Segundo Palmqvist, um exame de sangue comercialmente disponível pode melhorar significativamente o diagnóstico em ambientes de assistência médica. No Brasil, o exame PrecivityAD2 está disponível desde setembro de 2023, ao custo de aproximadamente R$ 3,6 mil na rede privada, não sendo coberto por planos de saúde ou pelo SUS. Esse teste detecta proteínas indicativas da presença ou ausência de placas amilóides no cérebro, que são associadas ao Alzheimer.
O estudo da Universidade de Lund reforça a necessidade de adoção de métodos menos invasivos e mais rápidos para o diagnóstico do Alzheimer. A introdução de exames de sangue como o PrecivityAD2 representa um avanço significativo, proporcionando uma alternativa viável para a detecção precoce da doença. Essa inovação promete transformar a maneira como os médicos diagnosticam e tratam o Alzheimer, beneficiando milhões de pessoas em todo o mundo.