Por Riquelme Yudi, o estagiário da Rádio Caçula
Na última terça-feira, 30.01, uma embarcação foi abandonada sob o calor escaldante na costa australiana com aproximadamente 14.000 ovelhas e 2.000 bovinos. A embarcação foi forçada a abandonar uma viagem no Mar Vermelho, causando revolta nos defensores dos animais.
O navio partiu da Austrália no dia 5 de janeiro com destino a Israel, país no Oriente Médio, onde os animais seriam entregues, porém, tiveram que mudar o seu curso por conta de uma ameaça de ataque rebelde da milícia Houthi do Iêmen, antes de ser mandado de volta para casa pelo governo Australiano.
Os bichinhos estão em um impasse agora: serem descarregados na Austrália, onde deveriam ficar em quarentena, segundo as regras de biossegurança do país Oceânico, ou serem enviados de volta para mais um mês de viagem para Israel, contornando o continente Africano, evitando o Mar Vermelho, segundo as autoridades da indústria e o governo.
“Esses animais já passaram 24 dias no mar, com estresse térmico, má ventilação, permanecendo em seus próprios dejetos. Eles ficariam extremamente estressados”, disse Rebecca Tapp, da organização Stop Live Exports (Pare Exportações Vivas).
“Gostaríamos de vê-los retirados do navio e processados aqui em WA [Austrália Ocidental]. Deixá-los lá por mais tempo e a ideia de mandá-los de volta ao mar por 33 dias é desumano.”
Grupo de exportadores e agrícolas afirmam que os animais a bordo do MV Bahijah estão bem de saúde, porém estão enfrentando temperaturas locais próximas de 40°C, argumento com o qual os defensores do bem-estar animal discordam.
O encalhe é o mais recente impacto dos ataques a navios no Mar Vermelho, a principal rota marítima entre a Europa e a Ásia, que perturbaram o comércio global. Também sublinha o risco para a indústria de exportação de animais vivos da Austrália, que envia centenas de milhares de animais para o Oriente Médio todos os anos.