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quarta-feira, 27 de novembro, 2024

Não foi só com Vini Jr, jogador de Dourados também foi chamado de macaco

“Eles começaram a discutir, fui separar os dois e puxei pelo braço o acadêmico da outra equipe que disse: ‘sai daqui macaco”

Uma semana antes de o jogador Vinícius Júnior sofrer ataques racistas em um jogo da La Liga, no campeonato espanhol, o soldado do Corpo de Bombeiros Carlos Wilson Cardoso Ferreira, de 25 anos, já havia passado pelo mesmo constrangimento, só que em partida de basquete na Unigran (Centro Universitário da Grande Dourados) em Dourados, onde cursa o terceiro semestre de Odontologia.

O caso aconteceu na semana passada, no dia 15. Carlos foi separar uma discussão envolvendo integrante de sua equipe e jogador do time adversário, quando foi chamado de macaco. “Eles começaram a discutir, fui separar os dois e puxei pelo braço o acadêmico da outra equipe que disse: ‘sai daqui macaco’”.

Assustado com o episódio que não imaginaria sofrer numa universidade, Carlos comunicou o fato à equipe de arbitragem e à coordenação do curso. O agressor foi expulso da partida que já estava acabando. O jogo havia sido promovido pelos alunos do curso de Educação Física. “Na hora, fiquei sem reação, mas ao conversar com a coordenação e com os meus pais fui encorajado a procurar a polícia e fazer o boletim de ocorrência”, contou. O que foi feito no dia seguinte.

Horas depois, Carlos passou a receber prints em grupo de Whatsapp referente à nota de repúdio que a coordenação do curso havia postado sobre o episódio racista, e novamente foi atacado por outro acadêmico: “O macaco ficou ofendido?”, disse outro estudante. “Fiquei mais irritado ainda porque, além de tudo o que havia acontecido, tinha gente zoando da minha cara. Fiz o print e mandei para a universidade tomar providência”.

Segundo Carlos, após o fato, foi à universidade no dia seguinte apenas para apresentar um trabalho, mas desde então não foi mais às aulas. “Estou meio abalado, dando um tempo para a minha cabeça. Eu fiquei muito chateado, mas pretendo retornar na próxima semana”, destacou.

O caso foi registrado como injúria racial com pena que varia de 2 a 5 anos de reclusão e multa. Ontem, na sessão da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), o deputado estadual José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT,  cobrou providência sobre o fato ocorrido contra o estudante na Unigran.

(*) CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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