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Na base de Dilma, parlamentares admitem uso eleitoral do PAC

Geral – 25/01/2012 – 11:01

De olho nas urnas, parlamentares governistas admitem que os partidos da base devem capitalizar politicamente, em ano eleitoral, as obras milionárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – principal vitrine de investimentos das gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, que em 2012 completa cinco anos.

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) defende que a capitalização nos pleitos é “natural do sucesso de um governo”, embora negue que o PAC tenha nascido com objetivo eleitoreiro. “Se as coisas são bem feitas e atendem o anseio da população você capitaliza, se não forem bem feitas e não atenderem ao anseio da população, não adianta investir que não capitaliza”, afirma.

“O PAC é uma política de priorização de projetos para as coisas andarem com celeridade. A priorização foi tão importante que foi com o título de ‘Mãe do PAC’ que a Dilma alavancou sua candidatura à Presidência”, diz Cunha, que destaca as obras do Complexo do Alemão, onde foram investidos R$ 939 milhões, como uma das mais importantes para o Rio de Janeiro.

O rol das obras com maior potencial eleitoreiro, em geral, são as que receberam maior volume de recursos e que tiveram andamento rápido ou já foram concluídas. É o caso, por exemplo, do programa “Luz Para Todos”, da construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, e da ferrovia Transnordestina, que liga portos do Ceará e Pernambuco ao sertão piauiense, que juntos somam investimentos de cerca de R$ 40 bilhões.

“O PAC representa uma virada no processo de investimento em infraestrutura no País, com desdobramentos em áreas como moradia, macro drenagem, saúde, saneamento, escolas”, diz o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), ao reconhecer que, em 2012, haverá maior influência junto ao eleitorado nos municípios onde há intervenção do PAC, embora ressalve que o programa não será o tema “central” do pleito.

Para o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), o PAC terá “reflexo direto nas urnas”. “Em todo o País, quando a economia vai bem, a população fica contente com os governantes. Quando a economia cai, a popularidade do governo cai na mesma proporção”.

Segundo o peemedebista, Rondônia recebeu mais de R$ 30 bilhões, desde 2007, sendo que cerca de 70% deste total já teriam sido pagos. “Graças a esses investimentos, o Estado tem crescimento acima da média nacional. Quando o Brasil cresceu 7%, Rondônia cresceu 9%”, assinala Raupp.

Oposição

Embora apresente críticas, como lentidão nas obras, a oposição também tenta colher dividendos do PAC. “O PAC hoje e, aliás, todos os programas do PT, são sequência daqueles iniciados pelo governo Fernando Henrique Cardoso, só que rebatizados”, reclama o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), pré-candidato à prefeitura de Belém.

“O ‘Luz para Todos’, por exemplo, é o ‘Luz no Campo’, que veio do governo FHC e ao qual foi dada continuidade pelo Lula, levou energia para aquela população rural de agricultura familiar que não tinha meios”, diz. “Reconhecemos a importância do programa, mas que foi mal gestado e acabou sendo usado politicamente. Faltou uma elaboração e análise técnica mais apurada.”

Líder da minoria na Câmara, deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) avalia, no entanto, que o PAC não deve influenciar o eleitorado nas eleições de 2012. “A minha opinião é de que o PAC não capta votos”, afirma o tucano. “O programa não reflete os anseios população no que diz respeito ao crescimento do País. É a união de varias iniciativas de vários ministérios mal tocadas, uma obra de ficção, um plano de marketing, algo que o governo tem obrigação de fazer.”

Fonte: Ig

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