A musculação oferece benefícios além do aumento de força e resistência, como a proteção do cérebro de idosos contra demências, conforme um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (Brainn), com apoio da Fapesp. A pesquisa, publicada na revista GeroScience, acompanhou 44 idosos com comprometimento cognitivo leve e descobriu que a prática de musculação duas vezes por semana ajudou a preservar áreas do cérebro associadas ao envelhecimento e melhorou a substância branca, crucial para a comunicação entre neurônios.
Após seis meses, metade dos participantes que praticaram musculação apresentaram melhoras, com alguns deles até sem o diagnóstico de comprometimento cognitivo leve. A pesquisa reforça a importância de exercícios físicos para a saúde mental e cognitiva, especialmente para prevenir doenças como o Alzheimer.
Em um contexto mais amplo, no Brasil, cerca de 2,71 milhões de idosos convivem com demência, número que deve dobrar até 2050. Entre os fatores de risco estão a inatividade física e a baixa escolaridade, mas a prática de exercícios pode retardar ou evitar o desenvolvimento de demências. Especialistas ressaltam que a musculação, e outros exercícios com sobrecarga, são recomendados para manter a saúde física e mental, especialmente em idosos.
Shirley de Toro, uma aposentada que pratica musculação há 17 anos, é exemplo de como o exercício pode melhorar a qualidade de vida. Ela, que enfrentou problemas de saúde graves, descobriu os benefícios da musculação para aliviar dores e manter o bem-estar. A profissional de educação física Alessandra Nascimento destaca que, embora antes a recomendação para idosos fosse atividades como hidroginástica, hoje se reconhece a importância de exercícios de força, que ajudam a manter a independência e a saúde a longo prazo.
Com informações Agência Brasil