21/06/2013 – Atualizado em 21/06/2013
ADIT Invest debate oportunidades na hotelaria brasileira
Por: Revista Hotéis
As oportunidades que o mercado hoteleiro apresenta foi tema de um debate que aconteceu agora à pouco na programação da 8ª edição do ADIT Invest – Encontro para Investimentos Imobiliários e Turísticos do Brasil – promovido pela ADIT Brasil — Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil. Este evento acontece até amanhã (22) no hotel Vitoria Concept, em Campinas (SP) e conta com o apoio da Revista Hotéis. Quem moderou este painel foi Nilson Nóbrega, Diretor da Prisma Inova e contou com os debatedores, Rafael Guaspari, Vice-presidente sênior da Atlântica Hotels, Luis Mirabelli, Diretor da Wyndham Hotel Group no Brasil e Carlos Jacobina, Gerente de desenvolvimento da Accor Hotels.
Para Jacobina existem muitas oportunidades de crescimento da hotelaria no Brasil e a Accor adotou o modelo condo hotel como forma de financiar os empreendimentos, principalmente os super econômicos e econômicos, mas resta o desafio do modelo para expandir hotéis de luxo. “Enxergamos oportunidades em outros nichos, como a longa estadia e para isto estamos desenvolvendo a bandeira Adágio. Outro segmento que apostamos é a conversão de hotéis existentes. Para isto, criamos a bandeira íbis Style, assim como temos a bandeira Mercure que vem de encontro a estas necessidades de mercado”, destacou Jacobina.
Gaspari concorda com Jacobina que manter hotéis de luxo fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília é um grande desafio. Ele lembrou a cidade de Maceió, que a Atlântica Hoptels possui uma unidade Radisson e as dificuldades para rentabilizar este empreendimento, mas estava eufórico em comunicar a conversão do hotel Sheraton Rio de Janeiro para a bandeira Radisson. Em cidades pólos, como Passo Fundo (RS), Petrolina (PE)** Três Lagoas (MS), **assim como várias outras no Brasil, existe uma demanda muito grande reprimida para a hotelaria crescer, principalmente os econômicos, mas ao contrário da Accor, a Atlântica Hotels não prioriza muito o modelo de franquia.
E é justamente este o modelo de negócios que a Wyndham adota para ter 200 hotéis no Brasil nos próximos anos. “O modelo de franquia é uma marca consagrada pela Wyndham e temos muito a crescer nos Brasil nos próximos anos, pois mais de 80% da hotelaria nacional são de hotéis independentes”, lembrou Mirabelli. Em comum, os três disseram que resorts não é o modelo de negócios que suas redes adotam.
Quanto à linha de crédito para alavancar a hotelaria no Brasil, Mirabelli mencionou um modelo implantado com êxito no México. São as linhas de financiamentos de fundos mais fechados e profissionais, mas ele acredita que possa mesclar com os tradicionais condo hotéis que fazem sucessos no Brasil e capitaniados por investidores individuais. Guaspari lembrou das linhas crédito disponibilizadas pelo governo, como as do BNDES que são difíceis de se conseguir, mas entende que o que falta são projetos viáveis e o custo adequado em razão dos terrenos estarem caros. Fundo imobiliários e parceiros para alavancar novos negócios foram citados por Jacobina.
Em relação às oportunidades criadas pela Copa do Mundo de 2014, ou mesmo as Olimpíadas de 2016, Guaspari foi enfático em afirmar: “Julho de 2014 será o pior mês para a hotelaria nacional, pois os hotéis deixarão de receber os tradicionais públicos corporativos e de eventos. Fica também o temor de novas manifestações estudantis que podem afugentar os turistas e me mantenho cético em relação a herança não muito boa em relação a nova oferta de hotéis para atender especificamente estes periodos”, assegurou Guaspari.