Policial – 05/01/2012 – 08:01
Mais de 300 pessoas da região foram abordadas; ao menos quatro foram presos
Moradores e comerciantes da região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo, dizem temer que os usuários da droga voltem a ocupar a área após a saída da Polícia Militar. Desde a terça-feira (3), PMs tomaram a Cracolândia e liberaram a rua Helvetia, que chegou a ficar totalmente interditada por usuários e barracas montadas por eles no local.
Rosimeire da Silva Santos, de 43 anos, é cabeleireira e trabalha na região há seis anos. Ela diz que o número de usuários na área aumentou muito nos últimos dois anos. Ela afirma aprovar a ação da PM.
- A ação da polícia deu mais segurança para nós. Mas ainda ficamos com medo de tumulto, de que eles [usuários] retornem quando o número de policiais diminuir. Nos últimos tempos, eles [usuários] não tinham mais nenhum respeito e estavam indo para cima da polícia.
Apesar da aprovação, Rosimeire diz que tem medo de que os usuários voltem para a rua assim que a PM deixar o local.
Um homem de 75 anos, morador do bairro e que não quis se identificar por medo de represálias, assistia, na tarde da quarta-feira (4), a ação da polícia da porta de um hotel. Ele também classificou a ação da PM como positiva, mas também teme a volta dos usuários.
- Antes, isso aqui [Cracolândia] era um inferno, um pesadelo. Hoje, até o ar mudou. Você sente que ele está menos pesado. O meu medo é que eles [usuários] voltem ou fiquem em outro lugar, porque a gente sabe que eles vão se concentrar em algum lugar.
A ação da Polícia Militar dispersou os usuários de drogas para outros locais da região. Na manhã da quarta-feira, grupos pequenos de drogados perambulavam pela rua Helvétia. Aparentemente sob o efeito de entorpecentes, eles gritavam para os agentes e para os jornalistas que estavam no local.
Segundo o tenente Flávio Martinez, a dispersão pela região era esperada. Por isso, o policiamento foi reforçado não apenas na rua Helvétia, mas também em seu entorno.
- Eventualmente, a gente acha um grupo [de usuários] na região. Então, fazemos a abordagem e depois os dispersamos.
Fonte: R7