Mulher que teria comportamento agressivo recebe acompanhamento, mas segue nas ruas, onde Prefeitura afirma que ela “concluiu o tratamento para tuberculose, sem risco de transmissão” e que avalia indícios de um possível transtorno mental.
Nas últimas semanas, moradores de Três Lagoas têm usado as redes sociais para denunciar uma situação preocupante: uma pessoa em situação de rua estaria abordando alguns pedestres na área central da cidade, chegando a cuspir em alguns casos, sem qualquer motivação aparente. Relatos de algumas pessoas indicam que a suposta agressora seria dependente química e possivelmente portadora de uma doença infectocontagiosa, o que acendeu o alerta sobre os riscos à saúde pública.
Na última terça-feira, 18, um novo episódio gerou revolta na cidade. Um morador, indignado, relatou em uma postagem que quase foi atingido e cobrou medidas urgentes das autoridades de segurança, assistência social e saúde. “Algo precisa ser feito antes que uma tragédia aconteça”, desabafou. Outro comentário na mesma rede social relatou que essa situação só acontece com mulheres, e que até mesmo já teria exibido suas partes íntimas para algumas pessoas em público.
Além do impacto para a população, há também o risco iminente de que a pessoa envolvida seja vítima de agressões de populares em meio à crescente tensão. Diante desse cenário, muitos defendem uma abordagem humanizada, com a retirada dessa pessoa das ruas e o encaminhamento para tratamento adequado.
Um comentário nas redes sociais informou que a mulher se chamaria ‘Sabrina’ e que sua residência ficava na rua Wanda Campos. No entanto, supostamente após um incêndio, ela passou a viver nas ruas. Não se sabe, contudo, o que teria ocorrido para que ela chegasse a essa situação.
MULHER É ACOMPANHADA POR EQUIPE DO CONSULTÓRIO NA RUA E NÃO ESTÁ DOENTE, SEGUNDO PREFEITURA
O jornalismo da Caçula procurou a Prefeitura Municipal, que informou por meio de uma nota que a mulher em situação de rua já recebe acompanhamento da equipe do Consultório na Rua e está em tratamento pela Rede Municipal de Saúde. Questionados se a mesma estaria doente, a secretaria afirmou que ela teria concluído a medicação para tuberculose, sem risco de transmissão, e não possui hanseníase, como especulado.
Ainda segundo a nota, a moradora iniciou acompanhamento no CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) e recebe suporte psicológico semanalmente. Ela é monitorada pela equipe de saúde, que avalia indícios de um possível transtorno mental e, no momento, está em atendimento pelo CAPS. No entanto, após ter sido atendida pela equipe do Consultório na Rua e transportada para atendimento na manhã desta quarta-feira, a reportagem avistou a mulher novamente horas depois, à tarde, sentada em frente a uma Casa Lotérica na rua Paranaíba, no Centro de Três Lagoas.