28/06/2013 – Atualizado em 28/06/2013
Moradores de bairro de Porto Alegre se unem para enfrentar vândalos
Por: G1
Com o objetivo de impedir que cenas como a do protesto do começo da semana se repetissem, moradores e comerciantes da Rua João Alfredo, em Porto Alegre, usaram pedaços de pau e ferro e saíram de casa para conter o avanço de vândalos na noite de quinta-feira (27). Na manifestação realizada na segunda-feira (24), bares e residências da rua no Bairro Cidade Baixa foram depredados.
A atitude do grupo foi reprovada pela Brigada Militar e a Polícia Civil, que concederam entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (28).
Ao todo, foram detidas 18 pessoas, sendo cinco em flagrante.”Vamos pedir à população para que não se organize deste jeito. Este é um serviço da Brigada Militar. Se organizem no sentido de colaborar com a força pública e minimizar os atos de vandalismo”, disse o chefe do Estado Maior da Brigada Militar.
O roteiro das últimas manifestações foi praticamente o mesmo. Após concentração pacífica no Centro Histórico da capital gaúcha, grupos de vândalos se desgarraram dos manifestantes para depredar e praticar atos de violência. Mas, desta vez, ao tentar ingressar na Rua João Alfredo, eles foram surpreendidos.
“Eram mais ou menos 20 moradores, armados com pedaços de pau e de ferro. Eles não estavam sendo agressivos com ninguém. Só estavam esperando pelos vândalos. Eu estava caminhando quando vi um grupo de mascarados chegando e os moradores enfrentaram. Falaram para tirar as mascaras. Houve discussão e o grupo de mascarados se afastou”, disse Pedro Pereira, que mora há 13 anos na Rua da República.
O morador do Bairro Cidade Baixa acha que a atitude dos proprietários de estabelecimentos na Rua João Alfredo é uma prova de que as pessoas não podem ficar esperando apenas por uma ação policial.
“Lamentei não estar aqui para combater estes vândalos. Acho que o povo está se acordando mesmo. Não podemos ficar esperando que a polícia nos proteja. O Bairro Cidade Baixa é alvo de muitos assaltos. Os comerciantes e os moradores tomaram consciência de que precisariam agir. Quero ver se os ladrões vão continuar aqui depois dessa”.
O clima era calmo. Uma banda tocava no carro de som, enquanto as pessoas dançavam, tomavam quentão e bebiam cerveja. Foram três horas de manifestação pacífica. A concentração reuniu cerca de 5 mil pessoas, segundo a Brigada Militar.