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domingo, 12 de janeiro, 2025

Menor mortalidade por AIDS em 10 anos no Brasil, mas casos de HIV crescem

O Brasil registrou a menor taxa de mortalidade por AIDS dos últimos 10 anos. No entanto, o número de pessoas que testaram positivo para o HIV aumentou 4,5% em comparação a 2022. Os dados, abrangendo de 2023 a junho de 2024, constam no boletim epidemiológico sobre HIV e AIDS publicado pelo Ministério da Saúde.

Queda na mortalidade por AIDS

Nos últimos dez anos, a mortalidade por AIDS caiu 32,9%. Em 2013, a taxa era de 5,7 mortes por 100 mil habitantes, enquanto em 2023 foi de 3,9. No total, foram registradas 10.338 mortes por AIDS no Brasil em 2023.

Aumento nos casos de HIV

Em contrapartida, o número de novos casos de HIV aumentou. Em 2023, foram registrados 46.495 novos casos de HIV, e o número de pessoas diagnosticadas com AIDS cresceu 2,5% em comparação a 2022, totalizando 38 mil casos. Entre janeiro e junho de 2024, houve 19.928 novos casos de infecção por HIV e 17.889 novos casos de AIDS.

Perfil dos diagnosticados

O boletim apontou que 70,7% dos diagnosticados com HIV em 2023 eram do sexo masculino, 63,2% eram pessoas pretas e pardas, e 53,6% eram homens que fazem sexo com homens. A faixa etária mais afetada foi de 20 a 29 anos, representando 35,1% dos casos, com 41% desses diagnósticos sendo do sexo masculino.

Casos por regiões

Os casos registrados em 2023 foram distribuídos pelas regiões da seguinte forma:

  • Sudeste: 34,7% (16.134 casos)
  • Nordeste: 26,9% (12.486 casos)
  • Sul: 16,5% (7.619 casos)
  • Norte: 12,8% (5.952 casos)
  • Centro-Oeste: 9,3% (4.304 casos)

Aumento dos diagnósticos e redução das mortes

O Ministério da Saúde atribuiu o aumento dos casos de HIV à maior capacidade de diagnóstico dos serviços de saúde. A ampliação do acesso à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) também contribuiu para o incremento das testagens, pois os usuários do programa são obrigados a realizar exames de detecção de HIV.

Profilaxia pré-exposição (PrEP)

A PrEP consiste na tomada de comprimidos antes da relação sexual, preparando o organismo para enfrentar um possível contato com o HIV. Até o momento, o Brasil atingiu a marca de 109 mil usuários de PrEP em 2024, comparado a 50,7 mil em 2022. Os comprimidos são distribuídos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Capacidade de diagnóstico e ações preventivas

Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, destacou que o aumento da capacidade de diagnóstico está diretamente relacionado às ações de ampliação da oferta de insumos de prevenção. “Para entrar em PrEP, as pessoas precisam se testar. Somente com essa iniciativa, aumentamos exponencialmente nossa capacidade de diagnóstico e alcançamos mais uma meta de eliminação da AIDS como problema de saúde pública até 2030”, afirmou o diretor.

Com informações CNN Brasil

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