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Três Lagoas
terça-feira, 28 de janeiro, 2025

Memorial criado pelo TJMS homenageia farmacêutica três-lagoense morta por ex-companheiro

Site “Todos por Elas” traz o nome de 35 vítimas da violência no estado à partir de 2024. Entre elas, o nome de Gilvanda de Paula e Silva, morta por seu ex-namorado no estacionamento do Cemitério Municipal, em Três Lagoas.

Criado para conscientizar sobre o impacto das mortes de mulheres, vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul à partir de 2024, o “Memorial Todos por Elas”, criado pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) busca representar os dias em que familiares e amigos convivem com a ausência e com a dor da perda. Entre as homenageas, foi incluída uma vítima três-lagoense.

O memorial, desenvolvido pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, traz o nome de cerca de 35 mulheres, que foram vítimas de violência no estado, buscando conscientizar o público sobre o impacto e a ausência dessas mulheres, numa espécie de “contagem contínua” até chegar em números que representa o total de dias, além de servir de um apelo para a luta do fim do feminicídio em Mato Grosso do Sul, que contabilizou, em 2024, aproximadamente 419 vítimas, segundo dados da SEJUSP/MS (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública). Já em âmbito local, Três Lagoas registrou cerca de 12 vítimas no mesmo período.

Entre as 35 vítimas, está o nome da farmacêutica três-lagoense Gilvanda de Paula e Silva, de 42 anos, morta em 21 de março. Ela foi assassinada por seu ex-companheiro no estacionamento do Velório Municipal, no bairro Santa Luzia, enquanto chegava na região do Cemitério Municipal, onde enquanto participavam do velório de sua avó, o assassino, Pedro Henrique Amaral, de 24 anos, invadiu o local e disparou contra ela. Uma idosa de 76 anos também foi baleada na região da perna e foi socorrida consciente.

Gilvanda chegou a ser socorrida com ferimentos no abdômen e no tórax, porém mesmo ao passar por cirurgia, teve uma parada cardiorrespiratória e morreu às 8h20 da manhã do mesmo dia. Já Pedro Henrique, fugiu após o crime, passando por diversos bairros da cidade, sendo preso na região da Vila Piloto. No momento da prisão, alegou que atirou porque estaria “alcoolizado”, onde a arma usada na morte foi localizada em um terreno, na rua Urias Ribeiro. Ele segue preso.

Segundo a coordenadora da pasta, a desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, o papel do tribunal é importante no enfrentamento da chamada “violência de gênero”, onde o memorial se torna uma ferramenta essencial para sensibilizar sobre a necessidade de eliminar o feminicídio em MS. “É preciso dar voz às mulheres vítimas de feminicídio. Este memorial é um alerta para a sociedade e mantém presente a história dessas mulheres para que não sejam esquecidas, e assim, reafirmamos nosso compromisso com o fim da violência contra a mulher em todas as suas modalidades, de forma especial o feminicídio, que retira o bem jurídico mais importante que temos, a vida”.

Já o desembargador Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJMS, explicou que o espaço não é apenas um memorial, mas também um marco na luta contra a violência, segundo ele. “É um convite à ação, à sensibilização e ao compromisso com a vida das mulheres”, destacou o desembargador.

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