Economia – 16/02/2012 – 16:02
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira que a economia brasileira, depois de registrar uma atividade mais moderada no primeiro semestre, vai crescer a uma taxa anualizada superior a 5 por cento na segunda metade do ano.
“É uma trajetória de aceleração da economia, um pouco mais moderada no primeiro semestre e uma boa acelerada no segundo semestre. No segundo semestre devemos estar com um crescimento acima de 5 por cento”, disse ele na entrada do Ministério da Fazenda.
O ministro destacou ainda que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta quinta-feira mostra que a indústria está “na rota da recuperação.”
O IBC-Br, um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), cresceu pelo segundo mês consecutivo em dezembro, sinalizando que a atividade nos três últimos meses do ano ganhou tração. O indicador subiu 0,57 por cento em dezembro ante novembro, fechando 2011 com alta acumulada de 2,79 por cento.
Sobre o ano passado, o ministro disse que o crescimento da economia deve ficar em torno de 3 por cento. “Um pouco acima ou um pouco abaixo”, afirmou.
INFLAÇÃO
No cenário mais favorável para a economia ao longo do ano, ele citou ainda que a inflação menor possibilita uma política monetária mais flexível pelo Banco Central. Segundo o ministro, não só o preços mais controlados vão contribuir para a queda na taxa de juros, mas também o contingenciamento de 55 bilhões de reais no Orçamento anunciado na quarta-feira.
“O corte que anunciamos mostra que a trajetória vai ser perseguida neste e nos próximos anos e abre espaço para juros menores desde que a inflação esteja sob controle”, afirmou Mantega. Na visão dele, os preços contidos propiciam “aquecimento da economia em condições equilibradas”.
A meta de inflação do governo para este ano é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. O mercado, segundo a pesquisa Focus do BC, prevê que o indicador fechará o ano a 5,29 por cento.
O ministro evitou comentar, no entanto, o prazo para a taxa Selic, que hoje está em 10,5 por cento ao ano, chegar a um dígito, como indicou o Banco Central na última ata do Copom.
“Quem responde sobre velocidade e queda da Selic é o BC”, esquivou-se.
Mantega mostrou ainda otimismo quanto à maior disponibilidade de crédito. “O crédito tende a aumentar agora com taxa de juros menor. Temos investimento forte previsto e mais recursos para a área habitacional”, disse.
No ano passado, o crescimento o crédito, segundo dados do BC, foi de 19 por cento e, para este ano, a previsão é de um aumento do estoque de 15 por cento.
CÂMBIO
Mais tarde no Palácio do Planalto, o ministro disse que a maior desvalorização do real vai baratear os produtos nacionais, tornando-os mais competitivo em relação aos importados. Além de contribuir para a recuperação da indústria
“Com a economia mundial desacelerando, os países estão desesperados para exportar seus produtos”, afirmou. “Com o câmbio melhor do que estávamos no ano passado, o real está mais desvalorizado, isso barateia os nossos produtos”, afirmou.
O ministro prometeu que esse ano vai viabilizar parte das emendas parlamentares que foram totalmente congeladas no Orçamento 2012 no valor de 20,3 bilhões de reais. “Não será diferente esse ano do que foi no ano passado”, afirmou aos jornalistas no Palácio do Planalto.
Fonte: Reuters