26.7 C
Três Lagoas
domingo, 24 de novembro, 2024

Mais de 400 pessoas aguardam por doação de órgãos em Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul tem ao menos 428 pessoas aguardando a sua vez de transplantar um órgão e poder voltar a ter uma vida normal. A lista é longa e de acordo com os dados da Central Estadual de Transplantes, 4 pessoas aguardam por um coração, 147 por rins e 277 por córneas. 

A recusa familiar é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil. Em Mato Grosso do Sul a negativa de famílias para a doação de órgãos e tecidos de seus parentes depois da comprovação da morte encefálica comprovada chega a 70% segundo a Central Estadual de Transplantes. 

A pandemia influenciou no processo de doação e transplantes em todo País, e não foi diferente em Mato Grosso do Sul. Segundo a coordenadora estadual da Central de Transplantes, Claire Miozzo, foram inúmeros fatores que afetaram os transplantes.  

“Muitas vezes tinha um potencial doador de órgãos e tecidos, e o resultado do teste de covid dava positivo. Algumas vezes tínhamos o doador e não tinha leito disponível para realizar o transplante. Outras vezes o receptor que ia receber o transplantes estava com Covid. Tivemos alta na negativa familiar. As famílias ansiosas e com medo da doença, negavam fazer a doação. Foram vários fatores que fizeram com que o processo fosse prejudicado”, explica.

Para se ter uma ideia, de janeiro a agosto deste ano foram realizados transplantes de 1 coração, 7 rins e 91 córneas. No mesmo período do ano passado foram 3 corações, 17 rins e 80 córneas. 

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) 67% dos brasileiros têm o desejo de doar órgãos, mas apenas metade já avisou a família. A campanha Setembro Verde deste ano reforça a importância de avisar a família sobre a decisão. 

A espera 

Pessoas que entram na fila de espera por um transplante de órgão já imaginam que levará tempo para encontrar um doador. Os obstáculos da pandemia, se somam a situações que já existiam antes, como o grande número de pessoas na espera e a reduzida quantidade de doadores, além de contratempos relacionados à compatibilidade entre doador e receptor.

A analista contábil Beatriz Souza Cunha, 34 anos, recebeu o transplante de córnea em 2019, antes da pandemia. Ela conta que ficou seis meses na fila, e lembra como se fosse hoje do dia que recebeu a ligação da Central de Transplantes. 

“Fiquei paralisada de felicidade e medo ao mesmo tempo! Feliz por ter chegado meu esperado dia de finalmente resolver um problema que estava dificultando muito minha vida e me causando grandes transtornos! Perder a visão além de ser difícil pela própria deficiência, também deixa uma marca pesada na auto estima pois afeta a aparência do olho, então era muito triste estar passando por aquela situação. Com medo pois é uma cirurgia que envolve riscos como qualquer outra questão cirúrgica. Mas graças a Deus e aos profissionais que me atenderam deu tudo certo”, conta. 

Luciana de Oliveira França, 40 anos, sonha com o mesmo desfecho de Beatriz. Uma infecção associada ao uso da lente, acabou prejudicando sua córnea e já são dois anos de espera por um transplante.

“Estou há dois anos na fila. O transplante é essencial, tanto de córneas quanto para outros órgãos, porque em nós mulheres, por exemplo, a autoestima vai lá embaixo. Eu não caí em depressão porque confio muito em Deus, e entreguei nas mãos Dele e também das famílias que puderem autorizar a doação de seus entes queridos”, convoca.

Ela conta que fez do óculos escuro um acessório tão indispensável no dia a dia, que até os filhos questionam porque a mamãe não fica mais sem óculos. A fim de conscientizar as pessoas a se declararem doadores de órgãos e tecidos, Luciana não só tirou uma foto sem o adereço, como também autorizou a publicação da imagem. 

Como ser um doador

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, para ser um doador de órgãos e tecidos para transplante, pela legislação vigente, nenhuma declaração em vida é válida ou necessária. Não há possibilidade de deixar em testamento, não existe um cadastro de doadores de órgãos e nem são mais válidas as declarações nos documentos de identidade e carteiras de habilitação e nem as carteirinhas de doador. 

Porém eles reforçam que discutir o assunto, em vida, com os familiares, também amplia a chance do restante da família se revelar doador ou não doador de órgãos. 

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

FeiraTrês lança a Campanha “Feira de Prêmios Natalinos” para premiar seus consumidores

O sorteio acontecerá no dia 23 de dezembro, na Feira Central, com shows gratuitos e a retirada dos prêmios. Entre os prêmios estão eletrodomésticos, bicicletas, perfumes e doces artesanais.

SMS, PROCON TL e Vigilância Sanitária Estadual apreendem 200 unidades de cigarro eletrônico

Além da apreensão, os proprietários dos comércios vistoriados poderão ser multados em até R$ 30 mil, conforme as infrações verificadas.

Pesquisa mostra diferença de preço de 32,25% no etanol e de 22,98% na gasolina em MS

No caso da gasolina comum, a menor média encontrada foi de R$ 5,74 em Campo Grande; e a maior de R$ 7,05, em Corumbá.