O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira (30) que pretende manter uma relação de respeito com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que iniciou um novo mandato na semana passada. A afirmação foi feita durante uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
“Eu já governei o Brasil com presidente republicano, já governei com presidente democrata. E a minha relação é sempre a mesma, a relação é de um Estado soberano com outro Estado soberano. O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos e eu fui eleito para governar o Brasil”, afirmou Lula.
Lula destacou que, caso Trump imponha tarifas de exportação contra produtos brasileiros, o Brasil adotará uma postura de reciprocidade, taxando produtos norte-americanos importados. “Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos americanos. É simples, não tem nenhuma dificuldade”, disse o presidente.
O presidente brasileiro também criticou a decisão de Trump de retirar aportes financeiros à Organização Mundial da Saúde (OMS) e de sair do Acordo de Paris, que visa conter o aquecimento global. Lula classificou essas ações como uma “regressão à civilização humana” e enfatizou a importância de respeitar a soberania de outros países, mencionando as recentes controvérsias entre Trump e os governos da Groenlândia e do Panamá.
Relação com o Congresso
No âmbito doméstico, Lula foi questionado sobre as expectativas para as eleições das novas mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que ocorrerão neste fim de semana.
Na Câmara, dois deputados se declararam oficialmente como candidatos até o momento. Hugo Motta (Republicanos-PB) é o grande favorito, contando com o apoio de praticamente todas as bancadas, dos governistas à oposição, incluindo o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O deputado pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) também oficializou sua candidatura pela oposição de esquerda.
No Senado, o favorito é Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que foi presidente da casa de 2019 a 2020 e conta com amplo apoio das principais bancadas para retornar ao cargo.
“O presidente da República não se mete nisso. O meu presidente do Senado é aquele que ganhar. E o da Câmara, é aquele que ganhar. Quem ganhar, eu vou respeitar e estabelecer uma nova relação. Já demos demonstração que não tem dificuldade de governar se você tiver muita disposição de muita conversa”, afirmou Lula.
O presidente reforçou que continuará apostando na articulação política que vem mantendo com o Congresso.
Com informações Agência Brasil