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Janot pede prisão de Renan, Jucá, Cunha e Sarney por tentarem barrar Lava Jato

07/06/2016 – Atualizado em 07/06/2016

Janot também pediu o afastamento de Renan da presidência do Senado, usando argumentos similares aos empregados no pedido de destituição de Eduardo Cunha

Por: Zero Hora

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Segundo reportagem de O Globo, a informação é de um interlocutor de ministros do STF.

Também foi pedida por Janot a prisão do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ), por ele continuar interferindo no andamento da Casa.

O caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo. Os pedidos, que tem relação com as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolvendo os peemedebistas, já estariam com ele há pelo menos uma semana.

As conversas sugerem uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.No caso de Sarney, o pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.

Nas gravações, Renan _ padrinho político de Machado e alvo central da delação do ex-presidente da Transpetro _, sugere mudar a lei para inibir a delação premiada. A delação tem sido usada em quase todos os inquéritos abertos na Lava-Jato, inclusive os instaurados contra o presidente do Senado.

Já Jucá descreve uma articulação política dele e de outros líderes para derrubar a presidente Dilma e, a partir daí, “estancar a sangria da Lava-Jato”.

Sarney sugere a escalação de dois advogados _ Cesar Asfor Rocha, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e Eduardo Ferrão _ para uma conversa com Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF.

Para a Procuradoria-Geral da República, está claro que a ação de Renan, Jucá e Sarney tinha como objetivo obstruir as investigações sobre a organização especializada em desviar dinheiro de contratos entre grandes empresas e a Petrobras.

A divulgação de parte das conversas de Machado já haviam resultado na demissão de Jucá do Ministério do Planejamento e do consultor Fabiano Silveira, do Ministério da Transparência, em menos de um mês de governo Temer.

Os indícios de conspiração, captados nas gravações e reforçados pelas delações de Sérgio Machado e de seu filho Expedito Machado, são considerados por investigadores mais graves que as provas que levaram Delcídio Amaral à prisão, em novembro do ano passado, e à perda do mandato, em maio. De acordo com a fonte, Delcídio tentou manipular uma delação, a do ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, enquanto Renan, Sarney e Jucá planejavam derrubar toda a Lava-Jato.

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