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Inflação sobe na Capital após três meses em queda

11/06/2016 – Atualizado em 11/06/2016

Transporte e medicamentos impactam índice que fechou em 0,73% em maio

Por: Marcio Ribeiro com Diário Digital

A inflação de maio de Campo Grande, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG), fechou em 0,73%, segundo o Núcleo de Pesquisas Econômicas (Nepes) da Uniderp. Depois de três quedas consecutivas, a inflação voltou a aumentar e, no comparativo com o mês de maio de outros anos, o resultado é o maior desde 2008, quando atingiu 0,75%. Em relação a abril deste ano, que teve inflação de 0,52%, o indicador ficou 0,23% maior. “Há oito anos não havia uma inflação tão alta para o mês de maio.

Desse modo, a inflação acumulada dos últimos 12 meses voltou a crescer”, explica o coordenador do Nepes da Uniderp, Celso Correia de Souza. Os responsáveis pela inflação de maio foram o grupo Saúde, devido à elevação em média de 3,95% – e contribuição para a inflação de 0,30% – nos preços da maioria dos medicamentos pesquisados; e o grupo Transportes, com inflação média de 1,44% e contribuição para a inflação de 0,21%. “Os outros grupos, com exceção de Vestuário que teve inflação negativa de 0,05%, contribuíram moderadamente para a elevação da inflação da capital”, complementa o pesquisador. Inflação acumulada – A inflação acumulada nos últimos doze meses, em Campo Grande, aumentou para 9,43%, acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5% e do centro da meta, de 4,5%. “O preocupante é que a inflação, que vinha com uma tendência de queda desde janeiro, voltou a crescer em maio, fato que pode atrapalhar os planos do governo que previa uma inflação acumulada para o ano de 2016 em torno de 7%”, afirma o pesquisador da Uniderp.

Neste período, as maiores inflações acumuladas ocorreram com os grupos: Alimentação, com aumento de 16,98%, Educação, com alta de 12,02% e Despesas Pessoais, com 9,72%, valores acima do índice acumulado de 9,43%. “Percebe-se, assim, que a inflação tem impactado com maior força as classes de menor poder aquisitivo”, contextualiza Celso.

Nos cinco primeiros meses do ano, a inflação acumulada de Campo Grande foi de 4,40%. Os maiores índices, por grupo, foram: Educação, com 10,20% e Alimentação, com 6,29%. Vilões – Os dez “vilões” da inflação,em maio, foram: Hipotensor e hipocolesterínico, com inflação de 12,47% e contribuição de 0,07%; Óleo diesel, com inflação de 1,14% e contribuição de 0,06%; Leite pasteurizado, inflação de 4,92% e participação de 0,06%; Anti-inflamatório e antirreumático, com variação de 12,45% e colaboração de 0,05%; Aluguel apartamento, com acréscimo de 0,96% e contribuição de 0,04%; Anti-infeccioso e antibiótico, com aumento de 12,63% e participação de 0,04%; Psicotrópico e anorexígeno, com variação de 12,54% e colaboração de 0,03%; Sabão em pó, com acréscimo de 2 ,28% e contribuição de 0,03%; Etanol, com reajuste de 0,96% e participação de 0,02%; Hidratante, com elevação de 5,52% e colaboração de 0,02%. Já os 10 itens que ajudaram a reter a inflação no período, com contribuições negativas, foram: Contrafilé, com deflação de -3,83% e contribuição de -0,02%, Acém, com redução de -2,22% e colaboração de -0,02%; Costela, com diminuição de -2,88% e participação de -0,02%; Frango congelado, com decréscimo de -1,95% e contribuição de -0,01%; Protetor solar, com baixa de -5,99% e colaboração de -0,01%; Linguiça fresca, com diminuição de -5,50% e participação de -0,01%; Tomate, com redução de -4,74% e contribuição de -0,01%; Azeitona, com decréscimo de -4,68% e colaboração de -0,01%; Laranja pera, com queda -3,57% e participação de -0,01%; Pilha, com baixa -2,55% e contribuição de -0,01%. Segmentos – Em abril, o grupo Habitação apresentou alta de 0,29% em relação ao mês anterior, motivada, principalmente, pelo aumento de produtos de uso doméstico, principalmente, produtos de limpeza da residência.

Os produtos deste grupo que sofreram majorações de preços foram: lâmpada (6,25%), limpa vidros (5,96%), água sanitária (2,89%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com: saponáceo (-6,65%), liquidificador (-3,95%), inseticida (-3,14%), entre outros. O índice de preços do grupo Alimentação fechou em 0,25%. Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos desse grupo foram: milho para canjica (14,50%), mamão (8,17%), batata (8,16%), maçã (7,37%), cebola (7,21%), entre outros. Fortes quedas de preços ocorreram com: farinha láctea (-12,40%), repolho (-6,58%), linguiça fresca (-5,50%), tomate (-4,74%), entre outros. “A oscilação de preços de verduras, frutas e legumes é comum, pois são produtos que sofrem a influência de fatores climáticos e a sazonalidade de produção. Alguns alimentos aumentam de preços ao término das safras, outros diminuem de valor quando entram nas safras

Quando o clima é desfavorável há aumento nos preços e, quando é favorável, ocorre o feito inverso”, comenta Celso Correia de Souza. Dos 15 cortes de carnes bovina pesquisados pelo Nepes da Uniderp, oito deles sofreram aumentos de preços, seis tiveram quedas e um corte permaneceu estável. Os aumentos de preços que ocorreram com: ponta de peito (3,15%), músculo (2,66%), picanha (1,68%), fígado (1,66%), cupim (1,50%), alcatra (1,11%), filé mignon (0,83%) e vísceras de boi (0,41%). O lagarto permaneceu estável. Reduções de valores foram registradas com: contrafilé (-3,83%), costela (-2,88%), acém (-2,22%), paleta (-1,20%), patinho (-1,15%) e coxão mole (-0,15%). A análise do coordenador do Nepes da Uniderp indica que “a persistência dos altos preços da carne bovina se deve à falta de boi gordo para o abate, mesmo ainda há um mês do início da entressafra de boi gordo. Também é oportuno destacar que as exportações brasileiras de carne bovina estão em alta, fazendo com que os preços permaneçam firmes”, diz Celso. Já no quesito aves, houve quedas de preçosdo frango congelado (-1,95%) dos miúdos de frango (-0,88%). Em relação à carne suína, todos os cortes pesquisados tiveram valores reduzidos: costeleta suína (-3%), bisteca suína (-1,25%) e pernil (-0,78%). O grupo Transportes registrou uma forte alta em seu índice, de 1,44%

Os maiores aumentos ocorreram com: diesel (1,14%), etanol (0,96%), automóvel novo (0,87%) e pneu novo (0,75%). Queda de preço só ocorreu com gasolina (-0,34%). O grupo Educação também apresentou elevação, de 0,18%, devido a aumentos de preços em artigos de papelaria, de 1,67%. O mesmo comportamento de alta ocorreu com o grupo Despesas Pessoais, que fechou em 0,68%. Entre os produtos com maiores aumentos estão hidratante (5,52%), papel higiênico (3,68%) e xampu (1,90%). Já quedas de preços foram constatadas com protetor solar (-2,99%) e fio dental (-1,98%). O grupo Saúde apresentou uma fortíssima alta em seu índice, de 3,95%. Só ocorreram aumentos, como exemplos estão: antigripal e antitussígeno (12,74%), anti-infeccioso e antibiótico (12,63%), antidiabético (12,57%), psicotrópico e anorexígeno (12,54%), entre outros. “Esse alto índice de aumento é resultado da autorização de reajuste nos preços dos medicamentos concedida pelo governo, sempre no mês de abril. A medida causa reflexos no mês de maio”, explicou Celso.

Em maio, o grupo Vestuário foi o único com deflação: -0,05%. IPC/CG – O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O IPC busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o IPC/CG.

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