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domingo, 22 de setembro, 2024

Inflação, preços de alimentos e tarifas de energia começam à ser impactados pelo calor

Crise climática já afetou a inflação de produtos como ar condicionado, que registrou um aumento de 6,09% em outubro, segundo o IPCA.


Já se observam impactos específicos do calor intenso na inflação, e os analistas alertam para os riscos crescentes nos preços devido às altas temperaturas nos próximos meses, com a chegada do verão em dezembro. A crise climática já afetou a inflação de produtos como ar condicionado, que registrou um aumento de 6,09% em outubro, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), marcando a maior alta em três anos desde outubro de 2020 (10,54%).

O economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), destaca que, mesmo em anos anteriores, a demanda por ventiladores e ar-condicionado aumentou nesta época, mas o calor precoce e intenso pode ter causado alterações significativas neste ano.

Além do impacto nos preços de bens como ar condicionado, como altas temperaturas, relacionadas às características climáticas do El Niño, podem influenciar os preços de alimentos sensíveis ao clima, como verduras, legumes e frutas, devido às condições climáticas próprias do final da primavera e início do verão.

Economistas como Sergio Vale, da consultoria MB Associados, alertaram para os riscos de um possível atraso na safra de soja, afetando a qualidade dos grãos. A preocupação com as tarifas de luz também é mencionada, pois as altas temperaturas aumentam o consumo e podem levar ao uso de fontes de energia mais caras, gerando possíveis repasses para as tarifas durante o verão.

Apesar disso, Paulo Cunha, consultor da FGV Energia, destaca que a situação energética do Brasil é atualmente confortável, graças aos níveis dos reservatórios de hidrelétricas e ao desempenho das fontes renováveis. No entanto, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê a necessidade de geração térmica adicional em momentos de pico em novembro e dezembro de 2023.

Alexei Vivan, sócio da área de energia do escritório Schmidt Valois Advogados e diretor-presidente da ABCE (Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica), confirma que o uso de térmicos pode impactar as tarifas, mas não vê grandes ameaças no momento.

O consumo recorde de energia elétrica nos últimos dias é atribuído à onda de calor que atingiu parte do Brasil, levando a uma demanda significativa. O ONS garante que o Sistema Interligado Nacional (SIN) é robusto e está preparado para atender às demandas da sociedade brasileira, mesmo com as oscilações observadas nos últimos dias.

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