O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta quarta-feira (13) a postura da imprensa em relação à tentativa do governo de encerrar a desoneração fiscal de 17 setores, incluindo empresas de comunicação. Durante sua declaração, Haddad lembrou que, no ano passado, o governo foi amplamente criticado pela mídia ao anunciar a revisão da desoneração da folha e do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Segundo o ministro, as críticas estavam equivocadas, pois os dados agora comprovam que as medidas fiscais estavam corretas.
Haddad também destacou a importância da imprensa repensar sua abordagem e apoiar o esforço fiscal coletivo, que, segundo ele, deve ser de todos, incluindo os meios de comunicação. O ministro se referiu à recente divulgação pela Receita Federal dos incentivos fiscais concedidos a empresas, revelando que 54,9 mil contribuintes declararam um total de R$ 97,7 bilhões em créditos tributários entre janeiro e agosto deste ano, reforçando a necessidade de ajustes fiscais no país.
Além das críticas à cobertura da mídia, Haddad falou sobre o novo pacote fiscal que está sendo elaborado para conter as despesas obrigatórias do governo. O pacote, composto por uma PEC e um projeto de lei complementar, ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional. O ministro afirmou que o objetivo das novas medidas é alinhar as despesas da União às regras do arcabouço fiscal e que conta com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira, e também com a inclusão das despesas das Forças Armadas na proposta.