Segundo o Grupo, a previsão é que a unidade, produza até 10 milhões de toneladas que, somadas a outras unidades, produzirão 16,4% da demanda brasileira por potássio.
TRÊS LAGOAS – A demanda crescente por fertilizantes e a necessidade de o Brasil se tornar menos dependente da importação do produto tem feito com que empresas aproveitem o momento para investir e disponibilizar alternativas para os produtores rurais. Uma destas empresas é a Verde Agritech, do ramo de tecnologia agrícola, que produz fertilizante potássico.
Com duas fábricas instaladas em Minas Gerais, sendo que a segunda deve entrar em operação no início do segundo semestre, a empresa já estuda a implantação de uma terceira unidade para 2024. Vários estados disputam a terceira unidade, que, dependendo dos estímulos, poderá ser também em Minas.
Desde a fundação da empresa, em 2005, já foram investidos cerca de R$ 500 milhões nas operações em Minas Gerais. Somente na segunda unidade, o aporte está estimado em R$ 80 milhões. Hoje, a empresa conta com 300 funcionários e irá contratar mais 60 para a segunda operação.
De acordo com o fundador da Verde Agritech, Cristiano Veloso, somando a capacidade das três unidades, a empresa terá uma produção de potássio suficiente para suprir 16,4% da demanda nacional a partir de 2024. “Estamos fazendo estudos e escolhendo locais. Alguns outros estados da federação, além de Minas Gerais, estão interessados em levar a fábrica e a gente está avaliando onde ela vai ficar. Claro que, como bom mineiro, queremos que fique em Minas e a gente acredita que tem tudo para ficar. Mas, em virtude da crise dos fertilizantes, outros estados estão muito empenhados em conseguir levar a fábrica”, destaca.
Ainda segundo Veloso, o estado onde a planta for construída terá condições de ficar 100% independente de potássio importado. “Por isso, há um grande interesse dos diferentes estados agrícolas em relação à nova unidade. O governo de Minas tem feito esforço para conseguir viabilizar a terceira planta aqui”, disse.
A Verde Agritech possui duas unidades fabris em Minas Gerais, localizadas em São Gotardo. A primeira unidade tem capacidade produtiva de 600 mil toneladas de fertilizante ao ano. Já a segunda unidade, que deve ser inaugurada no início do segundo semestre, tem uma capacidade de 2,4 milhões de toneladas. A previsão é que a terceira unidade, ainda em fase de estudos, produza até 10 milhões de toneladas. Juntas, produzirão 16,4% da demanda brasileira por potássio.
Em 2021, a empresa produziu 400.133 toneladas de produtos à base de potássio, atingindo um faturamento de R$ 119,3 milhões, 239% maior que em 2020. Para este ano, a expectativa é aumentar em 100% o faturamento e atingir uma produção mínima de 700 mil toneladas.
“Estes números foram anunciados no início do ano, mas a estimativa com a crise dos fertilizantes é de números maiores”, disse Veloso.
O potássio produzido pela Verde Agritech, segundo Veloso, é sustentável. A empresa não usa produtos químicos na fabricação dos fertilizantes, que são livres de cloro, ajudando a preservar microrganismos importantes para a qualidade do solo, diferentemente do cloreto de potássio importado. O produto também é aprovado para a agricultura orgânica.
“Outra vantagem é que, além de potássio, o nosso fertilizante tem enxofre, boro, silício, magnésio, manganês, vários outros nutrientes importantes para a produção agrícola. Eles também favorecem a microbiota do solo. O produto também é mais barato que o cloreto de potássio importado, com custo cerca de 10% menor”, diz.
Segundo a Verde Agritech, mais de 2 mil agricultores brasileiros usam os produtos da companhia, que já foram aplicados em mais de 500 mil hectares desde 2018. No mundo, 5 mil agricultores recorrem aos produtos da Verde Agritech para produzir alimentos mais nutritivos e sustentáveis.