Montante foi o maior valor registrado em toda a série histórica, iniciada em 1999; foram R$ 53,1 milhões em impostos por dia.
CORREIO DO ESTADO – Mato Grosso do Sul registrou recorde na arrecadação de impostos em 2023. De janeiro a dezembro, foram recolhidos R$ 19,389 bilhões com todos os tributos, 8,71% a mais do que o total angariado nos 12 meses de 2022, que foi de R$ 17,835 bilhões. Em cifras, os cofres estaduais engordaram R$ 1,554 bilhão em 12 meses.
O total recolhido em 2022 já havia sido o melhor resultado da série histórica do boletim de arrecadação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), iniciada em 1999, e foi superado no ano passado. Considerando os 365 dias de 2023, é possível dizer que, por dia, o Estado recolheu R$ 53,120 milhões com todos os impostos.
Somente com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foram R$ 16,445 bilhões, sendo responsável por 84,82% do bolo tributário. Em seguida, vem o grupo de outros tributos, composto de uma série de taxas e contribuições, com R$ 1,424 bilhão da arrecadação, correspondente a 7,35% do total.
O Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) vem logo na sequência, com R$ 1,070 bilhão, o que equivale a 5,52% do total recolhido e crescimento de 14,80% ante os R$ 932,529 milhões angariados no mesmo período de 2022. Por último, vem o chamado imposto da herança, o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD ou ITCMD), com arrecadação de R$ 429,224 milhões, correspondendo a 2,21% do total.
O doutor em Administração Leandro Tortosa aponta que o resultado demonstra o bom desempenho do Estado no ano passado. “Mato Grosso do Sul está em um bom momento econômico. Prova disso é a arrecadação que a gente tem, mesmo com uma carga tributária bastante baixa. A nossa carga tributária hoje modal é a mais baixa do Brasil, de 17%”, avalia.
SETORES
No recorte entre os segmentos, a maior parte da arrecadação de Mato Grosso do Sul vem do setor terciário, composto de comércio e serviços. Em todo o ano passado, foram recolhidos R$ 6,818 bilhões, crescimento de 8,45% ante os R$ 6,287 bilhões recolhidos no ano anterior e correspondente a 41,46% do total. Responsável por 32,10% do total, o grupo composto de petróleo, combustíveis e lubrificantes recolheu R$ 5,278 bilhões. Aumento de 15,44% no comparativo com o mesmo período de 2022, quando foram recolhidos R$ 4,572 bilhões.
O setor primário, da agricultura e pecuária, cuja participação na arrecadação foi de 10,32% e um total acumulado de R$ 1,696 bilhão, registrou uma variação negativa de 14,11% no comparativo com 2022. Já o secundário, industrial, aparece em seguida, com uma arrecadação total de R$ 1,165 bilhão nos 12 meses do ano. O segmento elevou o recolhimento em apenas 3,01% e a participação foi de 7,09%.
O grupo energia elétrica registrou recolhimento acumulado de R$ 872,523 milhões, aumento de 14,66% ante os R$ 760,952 milhões recolhidos no mesmo período de 2022 e uma participação de 5,31% no total de Mato Grosso do Sul. O item composto de outras fontes de receitas arrecadou R$ 560,326 milhões, alta de 10,85% no comparativo com o ano imediatamente anterior, e responsável por 3,41% do total.