21/07/2017 16h22
Obras foram paralisadas quando projeto atingia a 82% de seu cronograma
Por: Valdecir Cremon
A estatal petrolífera chinesa CNPC (China National Petroleum Corporation) vai apresentar, em agosto, a primeira proposta oficial de compra da obra inacabada da UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), da Petrobras, em Três Lagoas.
A empresa, que já possui um contrato de “acordo estratégico” com a estatal brasileira para combustíveis e gás natural, demonstrou interesse em concluir o projeto e se comprometeu, em março deste ano, a formular a proposta até o mês que vem.
A China National Petroleum Corporation é o tronco de um gigantesco conglomerado de empresas que atuam em diversas áreas, como a exploração de gás natural e de produção de fertilizantes nitrogenados e amônia. Uma das empresas é a Sinopec Petroleum, que formou consórcio com as brasileiras GDK e Galvão Engenharia para a instalação da UFN três-lagoense.
A negociação da Petrobras com a CNPC envolve, entre outros interesses, o fortalecimento da estatal brasileira na comercialização de gás natural dentro e fora do país. Há um contrato em execução, com as duas empresas, na África do Sul. Na América do Sul, a parceria vai contribuir na renovação do contrato com a Bolívia para fornecimento de gás a partir de 2019.
Para a Petrobras, a conclusão e a venda da planta são importantes porque a UFN 3 será abastecida por gás boliviano.
A senadora Simone Tebet (PMDB/MS) disse, nesta semana, à Caçula FM 96,9 MHz, que há três grupos empresariais interessados na unidade três-lagoense. Sem revelar nomes, a parlamentar afirmou que “até o final deste ano” a Petrobras deve concluir uma licitação para a venda da unidade.
Com 82% das obras concluídas e gasto de R$ 3,2 bilhões, a instalação da fábrica está parada há dois anos e meio, desde que o contrato com o consórcio foi rompido. À época, a Petrobras acusou a Sinopec e a Galvão de descumprirem o contrato, o que teria causado prejuízo de R$ 150 milhões à estatal.
As empresas nunca se pronunciaram sobre a acusação. Entre fornecedores e prestadores de serviços, a paralisação deixou prejuízo de R$ 32 milhões (valor não corrigido), cobrado por meio de ações judiciais.