Geral – 31/12/2011 – 14:12
A tradição de 87 anos da Corrida de São Silvestre será colocada à prova neste sábado quando mais de 25 mil inscritos tentarão completar os 15 quilômetros do percurso. A prova feminina tem sua largada às 17h10 e a masculina às 17h30. Será apenas a segunda vez desde 1966 que a corrida não terá a Avenida Paulista como cenário da festa do campeão. Com a justificativa de diminuir os transtornos para a região por conta da festa de Réveillon, a prova deste ano terminará na região do Ibirapuera, em frente ao Obelisco da Avenida Pedro Álvares Cabral.
“Os eventos na Paulista chegaram ao seu limite de capacidade física, é impossível manter a chegada da Corrida na Paulista junto com o inicio do Reveillón e manter todos os serviços ativos como hidratação, devolução de chip, entrega de lanches e medalhas e área de apoio a equipes”, explicou Julio Deodoro, diretor geral da corrida de São Silvestre.
A prova passou a começar e terminar na Paulista em 1966, ano em que foi fundado o prédio da Fundação Cásper Líbero na avenida. Líbero foi o idealizador da prova nos anos 20 e tem seus restos mortais enterrados no Obelisco do Ibirapuera.
Com esse argumento, os organizadores da São Silvestre defendem que a saída da Paulista não altera a tradição da prova. A única vez em que a prova não terminou na Paulista desde então foi em 1979, quando ela teve seu desfecho na Avenida Pacaembu. Sem sucesso, os organizadores voltaram a prova para a Paulista.
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A mudança em 2011 gerou polêmica para os participantes, principalmente para a maioria anônima que costuma fazer a festa pelas ruas da capital paulista. Além da tradição, os corredores amadores acreditam a mudança do percurso perde em segurança. Há dois trechos de longo declive que podem atrapalhar corredores não acostumados a esse tipo de relevo.
“Essa mudança é ruim por causa da descida, principalmente para os amadores. E não é só a da Brigadeiro. A mudança que teve logo na saída, na Rua Major Natanael (antes da entrada para a (Avenida) Pacaembu é muito perigosa e pode causar problemas no joelho e também probelmas musculares”, disse Nelson Evêncio, preparador físico e presidente da Associação dos Treinadores de Corrida de Rua de São Paulo (ATC). “A maioria dos corredores com quem conversamos não aprovou a mudança, mas mesmo assim vamos correr e esperar que que dê tudo certo”, completou.
Entre os profissionais, os prós e contras da mudança do trajeto só poderão ser avaliados depois da corrida. Porém, a maioria dos atletas que já correram no antigo percurso preferiam que ele tivesse sido mantido.
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“Eu tinha um grande conhecimento do percurso, vantagem que agora deixa de existir. Mas acho que todos temos de estar preparados. Se a mudança foi feita para dar conforto e segurança a todas as pessoas que correm a São Silvestre é válida. Vamos ter de esperar o desenrolar da corrida”, disse Marílson Gomes dos Santos, atual campeão e vencedor da prova de 2010. “Para os atletas não muda muito. Pesa para a tradição da prova e um pouco por causa da descida no final da corrida, mas a gente só vai poder ver o que mudou mesmo depois da corrida”,
A 87ª edição da São Silvestre terá recorde de participantes com 25 mil atletas, sendo 20.250 homens (81%) e 4.750 mulheres (19%).
A competição terá os seguintes horários de largada:
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15 horas – Cadeirantes
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15h10min – Atletas com deficiência
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17h10min – Elite Feminina A e B
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17h30min – Elite Masculina e demais corredores
Fonte: Ig