Saúde – 12/01/2013 – 16:01
Mesmo com as UBS (Unidades Básicas de Saúde) abrindo até mais tarde a população reclama de descaso na área da saúde. Nesta tarde o Campo Grande News percorreu várias unidades e a reclamação é sempre a mesma: falta de médico. Por conta da evolução da dengue, a Prefeitura ampliou o horário de atendimento nos postos do Coronel Antonino, Coophavila, Vila Almeida, São Francisco, Tiradentes, Moreninhas, Dona Neta e Albino Coimbra.
Nos postos de saúde, principalmente nas redes 24 horas, pacientes com suspeitas de dengue se amontoam em filas enquanto esperam atendimento médico. Os números de casos diagnosticados são altos e assustam a população.
No período de cinco a 10 de janeiro deste ano, as UBS receberam 16.993 pacientes para consulta, com suspeita da doença. Destes, 2.923 casas foram notificados como diagnóstico da doença.
Juliane Néias Lima, de 30 anos, aguardava atendimento para o filho Uilham, de 11 anos. Eles aguardavam no corredor do posto de saúde do bairro Coophavila. O menino já havia feito o teste do laço – exame que se faz para confirmar o diagnostico da dengue – e aguardava passar pelo médico para saber o resultado do exame de sangue.
“Queria levar ele no pediatra, mas não encontrei. O único lugar que tem é o posto de saúde do bairro Coronel Antonino, praticamente do outro lado da cidade”, lamenta Juliane.
O avô da criança, Juvenal Néias Neto, 62 anos, reclama da má qualidade do serviço público e da falta de boa vontade que os funcionários têm com os pacientes. “Eles tratam a gente como cachorro. Além de estarmos em meio a uma epidemia estamos enfrentando uma calamidade na saúde pública”, destaca.
No outro posto de saúde, no bairro Aero Rancho, a situação é a mesma: abarrotados de gente os pacientes aguardam uma consulta nos corredores da unidade.
A funcionária pública Aparecida Sousa, 46 anos, era uma das pacientes que aguardava atendimento. Mesmo com convênio médico, a servidora disse que preferiu ir ao posto porque em toda unidade de saúde a situação é a mesma. “Mesmo sabendo que ia ter muita gente preferi vir aqui porque é perto da minha casa, venho a pé”, disse.
Com febre, mal estar, dor nos olhos e vômito a secretária Claudislene Vieira Rita Lupato, de 34 anos, que foi diagnosticada com a doença nesta sexta-feira (11) já estava sendo medicada. Ela disse que desde terça-feira (8) está com sintomas, ontem à noite fez o exame e hoje foi diagnóstica. “Moro no Centenário e lá tem foco da dengue”, reclama.
Casos de dengue este ano – Nos dez primeiros dias deste ano, 3.456 casos de dengue foram notificados em Campo Grande, uma média de 345 por dia. Conforme dados da secretaria de Saúde, entre o último sábado (5) e quinta (10), foram notificados em média 535 casos por dia. Os números dos nove primeiros dias de 2012 foram de 1.079 casos, quase um terço menor. Em 2013, uma pessoa já morreu vítima da dengue.
Vanderleia de Souza Oliveira, 45 anos, foi internada no Hospital Regional na segunda-feira (7) e morreu em decorrência de problemas cardiovasculares provocados pela dengue. Antes de ser internada, ela foi atendida por três vezes na UPA (Unidade de Pronto de Atendimento) da Vila Almeida. A mulher sofria de câncer e segundo o HR, não reagiu ao tratamento médico.
Fonte: Campo Grande News