A nova norma da Receita Federal, publicada em setembro e que entrou em vigor no início deste ano, provocou um aumento significativo na circulação de fake news sobre um suposto imposto sobre as transferências via Pix. Embora a revogação da instrução normativa tenha restabelecido a normalidade, muitas pessoas ainda se mostram preocupadas com as implicações dessa mudança. Em Três Lagoas, comerciantes e trabalhadores locais têm reagido de maneiras variadas à volta da circulação de cédulas, uma das consequências diretas dessa situação.
A medida que inicialmente obrigava fintechs e operadoras de crédito a reportarem movimentações de clientes e transações via Pix a partir de R$ 5 mil gerou uma onda de desinformação, levando muitos a acreditar que o governo federal estaria criando um novo imposto sobre esse tipo de transação. Apesar de a instrução normativa ter sido revogada pouco tempo depois, o rumor persistiu e ainda afeta a rotina de muitos.
Em Três Lagoas, comerciantes se mostram surpresos com o retorno das cédulas como meio de pagamento. Ademilson Pedroso, proprietário de um trailer de lanches, comentou sobre a mudança: “Faz muito tempo que não recebia tanto dinheiro em espécie. Cheguei até a sentir uma certa dificuldade em contar as notas novamente”, afirmou ele, demonstrando surpresa diante da situação que poucos haviam antecipado.
O mecânico Marcos Ribeiro expressou preocupações mais profundas com o aumento do uso de cédulas no comércio. “Isso me preocupa, especialmente com relação aos assaltos. Além disso, precisei ir até o banco para fazer depósitos com frequência, o que gerou mais custos e transtornos para minha rotina. Torço para que os pagamentos via Pix voltem à normalidade, pois é uma forma mais segura e prática de realizar transações”, disse ele, refletindo o temor de muitos trabalhadores locais com relação à segurança no manuseio de grandes quantias em dinheiro.