Montagem une mitologia, cultura indígena e preservação ambiental em celebração ao Dia dos Povos Indígenas, com texto e direção de Déia Fernandes.
Três Lagoas recebe, no próximo sábado, 19, o espetáculo “Três Marias”, uma obra poética que une teatro, contação de histórias e reflexão ambiental em uma experiência sensorial. A apresentação acontece às 19h, na Cascata da NOB, como parte da programação do Circuito Cultural Nossa Nascente, em celebração ao Dia dos Povos Indígenas.
Criado pela Educ’Art Produções Artísticas, com apoio da Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul e da Prefeitura de Três Lagoas, o espetáculo tem texto e direção da dramaturga Déia Fernandes. A montagem propõe um mergulho nas raízes culturais e naturais do estado, conectando a ancestralidade do Pantanal com o presente em três narrativas que dialogam com o mito das Três Marias — estrelas da constelação de Órion — e com as lagoas que batizam a cidade.
Entre luzes, sombras e sons que evocam os mistérios do cerrado e do Pantanal, o público será conduzido por três contadores de histórias — Henrique Lopes, Jhayra Kendall e Rodolfo Colino — em uma encenação que valoriza a oralidade e o teatro sensorial, criando um espaço íntimo de escuta e imaginação.
A primeira narrativa apresenta Maria do Jatobá, menina cuja infância foi marcada pelo laço afetivo com uma árvore centenária, arrancada em nome do “progresso”. A segunda história, protagonizada por Kunha Poty, uma jovem Guarani-Kaiowá, denuncia a perda territorial e a violência contra os povos originários, ao mesmo tempo em que reverencia a resistência simbolizada pelos tuiuiús — aves que, no espetáculo, se tornam guardiãs da memória. Encerrando a trilogia, o personagem Zé Miguel do Jupiá materializa o poder dos mitos ao recriar, com suas mãos de artesão, criaturas lendárias que habitam o imaginário ribeirinho do Rio Paraná.
A proposta da montagem vai além do entretenimento: é um grito poético pela preservação da natureza e da identidade cultural do povo sul-mato-grossense. “Três Marias” provoca o público a sonhar, resistir e cuidar do que é coletivo, ancestral e sagrado. A entrada é gratuita e a classificação é livre. A apresentação tem duração de 40 minutos.