Internacional – 17/01/2012 – 18:01
Equipes de resgate encontraram mais cinco corpos nesta terça-feira no navio de cruzeiro italiano que tombou e está parcialmente submerso no litoral da Itália, elevando para 11 o total de mortos até o momento, informaram os bombeiros. Outras 24 pessoas estão desaparecidas.
Gravações divulgadas nesta terça-feira pelo jornal Corriere della Sera mostram que membros da Guarda Costeira italiana insistiram com firmeza com o comandante do navio para que ele voltasse a bordo.
O navio de cruzeiro Costa Concordia levava 4.200 passageiros e tripulantes quando foi danificado ao bater em rochas perto de uma ilha da Toscana. O comandante Francesco Schettino está preso. A empresa proprietária da embarcação o acusa de ter arriscado a vida de milhares de pessoas e um navio de meio bilhão de dólares em uma bravata irresponsável.
Na terça-feira, membros da equipe de resgate usaram explosivos para chegar às cabines de luxo, aos bares e spas, reduzindo assim a esperança de encontrar alguém vivo. Antes de os cinco corpos serem encontrados, havia entre os desaparecidos 14 passageiros alemães, cinco italianos, quatro franceses e dois norte-americanos, além de quatro tripulantes da Itália, do Peru, da Índia e da Hungria.
Schettino é acusado de homicídio culposo, de ter causado o acidente ao navegar muito perto da costa e de abandonar a embarcação antes que todos os passageiros e tripulantes conseguissem sair.
O jornal Corriere della Sera divulgou o que disse ser um áudio de uma comunicação via rádio entre o navio e a costa no qual os integrantes da Guarda Costeira repetiam furiosos a ordem para que ele voltasse à embarcação.
“Escute, Schettino, talvez você tenha se salvado do mar, mas eu farei você se sair muito mal. Farei você pagar por isso. Droga, volte a bordo!”, disse um dos guardas.
As autoridades não confirmaram a origem da fita, mas o Corriere tem boas fontes. Gritos ouvidos ao fundo da gravação dão ainda mais autenticidade ao áudio. O advogado de Schettino disse que ele não comentará o assunto.
Os proprietários da embarcação de 114,5 mil toneladas – segundo alguns números, o maior navio de passageiros a naufragar – acusaram o capitão de causar o desastre ao desviá-lo rispidamente do trajeto programado. Os investigadores afirmam que ele estava a 150 metros da costa.
Ele nega as acusações e foi interrogado por magistrados na manhã desta terça-feira.
Fonte: Reuters