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Em mensagem à Assembléia, Puccinelli omite parcerias com governo Dilma

Política – 06/02/2012 – 08:02

É indiscutível que a realização de obras federais no MS ocorreram por gestão do governo estadual, com a participação de toda a bancada federal, através de emendas parlamentares e articulações com ministérios.

Mas na “Mensagem à Assembléia”, lida pessoalmente por Puccinelli na reabertura dos trabalhos legislativos de 2012, existem algumas informações que omitem a real participação da União em obras de rodovias federais, através do Dnit, órgão do ministério dos Transportes.

E não há nenhuma menção à presidente Dilma.

Dessa forma, as pessoas que leram as notícias relacionadas à mensagem, ou a ouviram pessoalmente, podem ter uma visão distorcida dos fatos. O governador se dirigiu a toda a sociedade sul-mato-grossense: “Senhores Deputados, Deputadas, desembargardor Luis Carlos Santini, presidente do Tribunal de Mato Grosso do Sul, demais Autoridades, Cidadãos e Cidadãs de Mato Grosso do Sul”, disse Puccinelli.

Pelo menos duas rodovias citadas são construídas com recursos federais, inclusive do PAC, marca registrada da presidente Dilma Rousseff. A principal obra federal no MS é a pavimentação da BR-359, de Coxim à divisa com Goiás, e que passa por Alcinópolis.

Veja o que disse o governador: “Pavimentação asfáltica da rodovia BR 359, trecho divisa MS/MT – Alcinópolis – Coxim, com extensão de 223,13 km. Já foram pavimentados 189,36 km, representando 84,86% desta rodovia. Em 2011 foram aplicados R$ 54.228.623,00, e a obra está em andamento”. Nada de citar a principal fonte dos recursos, o governo federal, que banca 90% do valor da obra, com 10% de contrapartida estadual.

Só no trecho dois da obra, o governo federal repassou R$ 114.812.400,00 do valor total da pavimentação, de R$ 121.626.884,93. A última liberação federal foi de R$ 804.429,99, no ultimo dia 19 de janeiro.

A contrapartida do governo estadual foi de R$ 13.514.098,33. As informações são do portal federal de transparência, http://www.portaldatransparencia.gov.br. Na licitação desta obra conveniada com o governo estadual e a Agesul, a CGR Engenharia ficou com os dois maiores lotes.

A mesma situação ocorreu com a pavimentação da MS-178, de Bodoquena a Bonito. Obra com recursos federais do ministério do Turismo, através do programa “Prodetur”, e contrapartida do governo do estado – que é a regra geral para que os recursos sejam liberados no país.

O que disse o governador: “Pavimentação asfáltica da Rodovia MS 178, trecho Bonito – Bodoquena, com extensão de 69,52 km. Já foram pavimentados 57 km, representando 82,70% desta rodovia. Em 2011 foram aplicados R$ 19.086.796,00, e a obra está em andamento”

Nas próprias notícias oficiais do MS, recentemente houve o relato da ida da governadora interina, Simone Tebet, à Brasília, para solicitar a conclusão da obra: “Desde então, a obra vem sendo executada, em parceria com o Ministério do Turismo, ao custo de um investimento total de cerca de R$ 50 milhões – sendo R$ 30 milhões financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), dentro do Programa de Desenvolvimento do Turismo (PRODETUR), e R$ 20 milhões de contrapartida”. A contrapartida é a parte real do governo do estado.

Curiosamente o governador não citou o Contorno Ferroviário de Três Lagoas, obra do PAC, com execução da Agesul. São mais R$ 33.721.217,24 , com R$ 28.983.679,50 liberados pelo governo federal, até agora, e contrapartida R$ 3.746.801,91.

A obra está em auditoria do TCU, na qual o ex-secretário, deputado Edson Giroto, o diretor da Agesul, Hélio Komiyama e o Coordenador de Licitação de Obras do estado, Luiz Cândido Escobar, são citados.

Governador não cita Funasa/MS em investimentos federais

Convênios do PAC/Funasa ocorrem no estado todo, como no Brasil. A concepção do PAC/Funasa também foi da presidente Dilma, ainda enquanto ministra do governo Lula. Recentemente o comando da Funasa no MS saiu das mãos do PMDB de Puccinelli e foi para o PT ligado ao senador Delcídio do Amaral.

Na Assembléia o governador citou apenas “entidades do governo federal: “Nos quatro maiores municípios do interior do Estado estão sendo investidos R$ 142 milhões na rede de água e esgoto, provenientes de parceria com a Caixa Econômica Federal, entidades do governo federal e a Sanesul (…) Para atender 24 municípios estão em fase adiantada de negociação projetos no valor de R$ 179 milhões que serão investidos nas redes de água e esgotamento sanitário”.

Na área da saúde, o governador insistiu que a UTI para adultos do HR tem 38 leitos, mas fotos recebidas pelo Midiamax, há dois dias, mostram o contrário. Não há leitos, nem equipamentos. A UTI deveria estar funcionando no final de janeiro, pelo prazo oficial dado pelas autoridades no dia da inauguração da reforma do prédio. Veja o que disse Puccinelli.

“O complexo de terapia intensiva para adultos do Hospital Regional foi ampliado, passando de 11 para 38 leitos e recebeu equipamentos de última geração e as suas demais áreas também estão recebendo equipamentos modernos. Para garantir o atendimento com qualidade à população sul-mato-grossense, foram investidos na ampliação e na modernização de suas instalações recursos na ordem de R$ 15 milhões”.

Clique aqui para abrir o arquivo

Fonte: Midiamax

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