16/05/2013 08h20 – Atualizado em 16/05/2013 08h20
Eduardo Rocha fala sobre CPI da saúde no município
Os deputados estaduais criaram ontem (14), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde na Assembleia Legislativa.
Por: Redação
Os deputados estaduais criaram ontem (14), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde na Assembleia Legislativa. Depois dos escândalos envolvendo a saúde em Campo Grande, investigações serão feitas, prioritariamente, em Três Lagoas, Corumbá, Coxim, Dourados, Ponta Porã e Nova Andradina.
De acordo com o deputado Eduardo Rocha (PMDB), hoje (15), 21 deputados puderam assinar a proposta requerendo a CPI que terá como objetivo investigar hospitais que recebem recursos do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul.
“A comissão será composta por cinco membros indicados pelos partidos, segundo os critérios de proporção entre as bancadas. A CPI está sendo criada com intuito de melhorar a saúde pública, bem como contribuir para que a população seja bem atendida e através da Comissão, será possível unificarmos e estabelecermos bom relacionamento entre os hospitais, oferecendo possibilidades quando Campo Grande, por exemplo, não puder receber pessoas com casos de urgência, os outros hospitais oferecerem essa possibilidade”, explicou Rocha.
Segundo o deputado, a Comissão levantará informações relevantes para o bom funcionamento da saúde pública no município, como saber quais são os recursos necessários e até mesmo o que o hospital precisa para atender à população.
“Temos que levar essa discussão de maneira a ouvirmos sobre as necessidades dos hospitais e sabermos se há alguma irregularidade, principalmente nas prestadoras de serviços. Após as investigações, nós iremos relatar e entregarmos esses documentos ao Governo Federal e Ministério Público, pois sabemos que compras fora da lei serão devidamente investigadas. Nosso objetivo é começarmos as atividades na próxima terça ou quarta-feira. Além disso, queremos brigar para que o Governo invista ainda mais em saúde pública”, finalizou Rocha.
Sobre a Máfia do Câncer
Os dirigentes do Hospital do Câncer e do Hospital Universitário em Campo Grande (MS) são acusados de montar um esquema para cobrar sessões de quimioterapia de pacientes mortos e por tratamentos nunca realizados. A denúncia foi feita pelo Fantástico, da Rede Globo.
Segundo a reportagem, os médicos João Carlos Dorsa Vieira Pontes e Adalberto Siufi articularam o fechamento do setor de radioterapia do Hospital Universitário, da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), para beneficiar clínicas particulares. As irregularidades foram descobertas por investigações da Polícia Federal com o Ministério Público e a Controladoria-Geral da União na capital do Estado.
Os desvios de dinheiro público começaram, segundo a reportagem, depois que o setor de radioterapia foi desativado, em 2005. Os pacientes passaram a ser encaminhados para o Hospital do Câncer e, em seguida, para a clínica privada de Siufi. Na ocasião, Dorsa era diretor do Hospital Universitário, e Siufi, do Hospital do Câncer. Segundo a Controladoria, a clínica de Siufi recebeu quase metade do que o Hospital do Câncer gastou entre 2008 e 2011, R$ 11 milhões.
Uma auditoria feita pelo Ministério da Saúde também revelou que o hospital cobrava por mais sessões do que as que foram feitas. O médico deixou a diretoria, mas continua atendendo no hospital. Ele diz que não foi quem determinou a quantidade de pacientes e os valores repassados para sua empresa. Siufi também alega que como os pacientes moram no interior, a clínica não fica sabendo das mortes e continua cobrando pelos tratamentos.
Em nota, o MEC (Ministério da Educação), responsável pelo Hospital Universitário, diz que a transferência da radioterapia para a clínica foi decidida pela Comissão Intergestores Bipartite do Mato Grosso do Sul, que reúne a secretaria estadual e as secretarias municipais de saúde do Estado. Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal mostram a farmacêutica Renata Buerale e a administradora do Hospital do Câncer, Betina Siufi, filha de Adalberto Siufi, conversando sobre a troca de medicamentos. O médico também falou sobre supostas intervenções do governador do Estado, André Puccinelli, nas investigações. Ele chegou a se encontrar com o procurador de Justiça, Humberto Brites, que confirmou a reunião e disse que o suspeito alegou inocência. Em nota, o governo do Mato Grosso do Sul nega que o governador se reuniu ou intermediou encontros com os dirigentes dos hospitais.
*Com informações da Mídia Flex