05/07/2013 – Atualizado em 05/07/2013
Desse total, 3% foram desligados e 2 por cento optaram pela saída
Empresa montou uma “central de atendimento” para agilizar o processo de desligamento da empresa que foi acompanhada pelo sindicato da categoria
Por: Ascom
Após 13 dias de greve que paralisou o canteiro de obras do Consórcio da UFN3, hoje (4), foi o primeiro dia que o local voltou com as atividades, mas de forma parcial.
No total de quase 100 ônibus que entravam na empresa diariamente nos dias de atividades normais, hoje adentraram apenas dez coletivos transportando colaboradores do setor administrativo e de demais segmentos, considerado ponto chave da obra.
Os funcionários têm como objetivo realizar um monitoramento completo no local e em seguida, a confecção de um relatório que será encaminhado à direção do Consórcio da UFN3.
A previsão é que os trabalhados voltem ao normal na próxima segunda-feira (8), com todo o contingente de trabalhadores atuando em seus setores.
PROVIDÊNCIAS DO CONSÓRCIO
Tão logo encerraram as manifestações lideradas pela comissão dos trabalhadores, a empresa tomou as medidas necessárias, no sentido de garantir alojamento e alimentação aos funcionários, fazendo ao mesmo tempo, uma triagem da classe funcional identificando os que pretendia manter-se no trabalho e os que queriam retornar a sua cidade de origem.
No total, foram apontados 370 desligamentos, nos quais 119 demissões e 251 pedidos de baixa na carteira de trabalho.
De acordo com a direção da empresa, os líderes do movimento, (no total de 22 pessoas), também já foram demitidos do quadro funcional e embora não foram encontrados para receber a notificação do setor de Recursos Humanos o fez na presença de duas testemunhas e enviados aos endereços dos mesmos, via notificação a decisão do Consórcio.
SATISFEITOS COM O TRABALHO
A surpresa da direção do Consórcio UFN3 é que dos 5% dos trabalhadores que saíram da empresa, 3% foram desligados do quadro funcional e apenas 2% pediram a demissão.
Portanto, em um quadro de seis mil trabalhadores, apenas 500 foram desligados oficialmente do Consórcio, o que demonstra a satisfação por parte dos trabalhadores em suas atividades desenvolvidas na empresa.
Em relação aos líderes da comissão dos trabalhadores, que instigaram o movimento grevista, nenhum deles ainda foi oficialmente desligado da empresa, devido a dois continuarem detidos no presídio de Segurança Média da cidade e os demais ainda não terem comparecido ao local para reclamar seus direitos.
PRF NA RODOVIA
No sentido proporcionar de segurança preventivamente, equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estavam hoje na rodovia, especificamente no trevo que dá acesso ao canteiro de obras do Consórcio da UFN3, desde as 5 horas.
Os policiais observavam a movimentação de veículos pela rodovia, desenvolvendo simultaneamente a Operação Padrão, mostrando com isso que o local voltou à normalidade.
TENTATIVA DE NEGOCIAÇÕES
De acordo com o advogado, Marcos Cruz, o Consórcio em nenhum instante negou-se a discutir ou dialogar com seus funcionários. Prova disso é que foram realizadas várias audiências mediadas por desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na tentativa de conciliação, mas estas foram infrutíferas, devido os integrantes da comissão dos trabalhadores não obedecer ao acordo firmado mediante presença de um desembargador.
ACORDO FIRMADO E CUMPRIDO
Cruz reiterou ainda que no tocante as questões econômicas, o Consórcio sempre manteve o acordo, cumprindo todas as exigências elencadas no Acordo Coletivo de Trabalho assinado no dia 05 de março de 2013, pelos dois sindicatos, pela direção do Consórcio da UFN3 e pelo desembargador e presidente do TRT, Francisco das Chagas Lima Filho.
O mais interessante nisso, conforme relatos de Cruz, é que nesta ocasião, tanto a Central Única dos Trabalhadores (CUT), representada pela Fetricom, bem como a comissão dos trabalhadores, nos quais três deles integram a atual diretoria do Sintricom, inclusive, o vice-presidente do sindicato, José Santos acompanharam as negociações naquela ocasião, que atualmente foram motivos para o movimento de paralisação das atividades no canteiro de obras do Consórcio da UFN3.
Ainda de acordo com o advogado, no que se diz às condições sociais, principalmente referentes ao alojamento, a empresa já vinha providenciando a estruturação do local para serem instalados condicionadores de ar em todos os quartos e as torres de telefonia móvel com sinal aberto para todas as operadoras.
CASO DE POLÍCIA
Como o movimento grevista, conduzido pela comissão dos trabalhadores estava desobedecendo à decisão do TRT, que considerava a greve ilegal e a partir do momento em que houve atos de vandalismos, como os incêndios em veículos e a interrupção do fluxo de trânsito na BR-158, as autoridades policiais agiram, pois a situação transformou-se em uma transgressão e uma desobediência à Justiça.
Neste sentido, foram presos em flagrante pela Polícia Militar dois líderes do movimento, identificados como Juvenal Jorge de Souza, o “Piauí” e Dilermando Rodrigues Lacerda, mais conhecido como “Gaúcho”.
CRIMES
De acordo com o delegado da Polícia Federal, Nivaldo Lopes e responsável pelos processos, a dupla foi autuada pelos artigos do código penal 163 (dano), art. 197 (atentado contra a liberdade dos trabalhadores), art. 250 (incêndio) e art. 330 (crime de desobediência).
Questionado sobre a arbitrariedade de fiança, Nivaldo explicou que não houve o benefício, devido o crime de incêndio tem pena máxima de seis anos de reclusão, fazendo com que a decisão fosse tomada pelo Juiz de Direito, o que ainda segundo ele, não ocorreu.
“O delegado pode arbitrar fiança ou não em crime de até quatro anos de reclusão, passando disso, cabe somente ao juiz à decisão do beneficio ou não”, explicou o delegado, ressaltando que anda espera tomar depoimentos de outros membros da comissão para finalizar o inquérito.
P-2 INFILTRADA
Conforme informações, policiais militares do Serviço de Inteligência (P-2) estavam infiltrados na manifestação, identificando assim, de maneira ágil, algumas pessoas que contribuíram para os atos de vandalismo em propriedades privadas, como os veículos incendiados, além dos causadores de prejuízos ao bem público, como a destruição da malha asfáltica e placas de sinalização da rodovia.
Nivaldo finalizou afirmando que diligências já estão sendo realizadas em vários pontos da cidade e a qualquer momento, essas pessoas podem ser presas e encaminhadas à sede da Polícia Federal.