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‘Dono de diploma’ foi quem mais perdeu espaço no mercado de trabalho

17/09/2016 – Atualizado em 17/09/2016

‘Dono de diploma’ foi quem mais perdeu espaço no mercado de trabalho

Corte de vagas aconteceu na maioria dos setores de atividades de MS

Por: Marcio Ribeiro com Correio do Estado

Quem tem ensino superior completo e, via de regra, recebia maiores salários, foram os mais afetados pelas demissões em Mato Grosso do Sul. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTE), com dados de 2014 e do ano passado.

Na comparação entre os dois períodos, houve diminuição de 5.824 vagas de trabalho formal para quem tem ensino superior completo. Os homens foram os que mais ficaram de fora do mercado, com 3.806 oportunidades fechadas. Para as mulheres, o impacto foi menor, com 2.018 postos encerrados.

Anderson Nascimento, que é administrador de empresas, percebeu este cenário. Ele foi demitido e ficou em torno de seis meses na busca por recolocação profissional.

“Com a crise, as empresas passaram a reduzir custos e muitas optaram por desligar funcionários com salários maiores. Quem foi contratado no lugar era gente com menor salário para a mesma função, geralmente profissionais menos experientes”, analisou.

A Rais deu indícios dessa situação. Enquanto os profissionais formados e com maior experiência perderam espaço, o número de emprego para quem tem ensino superior incompleto aumentou, foram 1.169 novas oportunidades criadas.

Coordenador da Comissão Permanente de Investigação e Fiscalização das Condições de Trabalho no Estado de Mato Grosso do Sul, Maucir Pauletti, observou que a diminuição de vagas pode ocasionar a uma degradação do mercado.

“Devido à vulnerabilidade (do emprego), a pessoa acaba aceitando situações piores. Se pode ganhar R$ 3 mil, mas é oferecido R$ 2 mil, o trabalhador acaba concordando para conseguir trabalhar”, explicou.

SETORES RUINS

O levantamento do Ministério do Trabalho e Previdência Social mostrou que no Estado somente os setores de serviços e agropecuária, extração vegetal, caça e pesca tiveram variação positiva para os empregos formais.

Extração mineral, indústria de transformação, serviços industriais de utilidade pública, construção civil, comércio e até administração pública apresentaram resultados negativos para a geração de emprego. A construção civil liderou essa queda, seguido pela extração mineral, que concentra trabalho em Corumbá.

LEGISLAÇÃO AFROUXADA

No cenário de queda do emprego confirmado pela Rais, nesta semana o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que acordo coletivo feito entre sindicato e empresa prevalece sobre regra da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A decisão foi publicada na terça-feira (13) e se refere a ação envolvendo a Usina Central Olhos D’agua S/A e os sindicatos de trabalhadores rurais de seis municípios que ficam em Pernambuco.

As entidades e a empresa acordaram sobre a supressão do pagamento de horas in itinere (que trata do pagamento quando não existe transporte público regular no trajeto entre a casa do empregado e o local do trabalho). Ao invés de receberem dinheiro, haveria pagamento com cestas básicas e outros benefícios.

O Tribunal Superior do Trabalho negou o acordo, mas o ministro reformou a decisão.

Na opinião de Maucir Pauletti, essa medida antecipou reformas trabalhistas que o governo federal discute e pode trazer prejuízos. “O sindicato que é pelego vai leiloar os trabalhadores”, observou. Essa decisão do STF foi tema de discussão em evento realizado nesta semana entre juízes da Justiça do Trabalho, procuradores do Ministério Público do Trabalho e outras entidades.

Feira de emprego na Praça Ary Coelho, no Centro de Campo Grande - Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado

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