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quinta-feira, 20 de fevereiro, 2025

Desempenho socioambiental de instituições financeiras no Brasil ainda é baixo, aponta ranking

Apenas três de 12 instituições financeiras avaliadas no Ranking da Atuação Socioambiental de Instituições Financeiras (Rasa) obtiveram pontuação superior a 30 em uma escala que vai até 100, com base em critérios socioambientais e climáticos. As instituições foram analisadas em atividades como concessão de crédito, seguros e investimentos, considerando dados públicos divulgados entre novembro de 2024 e janeiro de 2025.

De acordo com o ranking, o Rabobank liderou com 36,43 pontos, seguido pelo BTG Pactual com 35,42 pontos e o Sicredi com 31,58 pontos. Outras instituições, como Itaú/Unibanco (26,91 pontos), Banco do Brasil (24,06), Bradesco (23,28), Santander Brasil (22,27), Caixa Econômica Federal (19,10), BNB (14,74), Banco Safra (9,43), Sicoob (9,18) e Basa (8,04), apresentaram pontuações significativamente mais baixas.

Esta é a quarta atualização do Rasa desde sua criação no final de 2022. Em comparação com o primeiro ciclo de avaliação, em que foram analisadas 10 instituições, as pontuações gerais melhoraram, mas as posições das instituições se mantiveram semelhantes. O Rabobank e o BTG Pactual já figuravam no topo do ranking desde 2022, mas com pontuações mais baixas, de 29,04 e 26,90 pontos, respectivamente. O Sicredi, que ocupava a quinta posição no primeiro ciclo, subiu para a terceira, enquanto o Banco do Brasil melhorou sua posição, passando da oitava para a quinta, com uma pontuação mais de duas vezes maior do que no primeiro ciclo, quando somou apenas 10,22 pontos.

Luciane Moessa, diretora executiva da Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS), responsável pela criação do Rasa, destacou que as pontuações ainda são insatisfatórias. Ela atribui as notas baixas à pouca relevância dada ao tema socioambiental no sistema financeiro brasileiro. “As notas subiram, mas ainda são baixas se considerarmos o total que pode ser alcançado. A baixa quantidade de transações com riscos socioambientais avaliados, a superficialidade das análises por parte dos bancos e a falta de transparência são os principais motivos”, explicou.

O Rasa avalia a gestão de riscos, a composição dos portfólios, os produtos financeiros com impacto positivo, o envolvimento em controvérsias e a política ASG (ambiental, social e de governança) adotada pelas instituições. A metodologia também leva em conta 28 temas, baseados em regulações globais e padrões internacionais, como o uso eficiente de matéria-prima poluente, trabalho análogo ao escravo e prevenção de corrupção, entre outros.

Giovanna Valentim, assessora de Defesa dos Direitos Socioambientais da Conectas Direitos Humanos, enfatizou a necessidade de melhoria nas políticas de direitos humanos dos bancos, principalmente em relação a projetos que impactam territórios de comunidades tradicionais. “É imprescindível olhar para os direitos indígenas e os impactos que muitos projetos, financiados por esses bancos, geram em seus territórios”, afirmou.

Por sua vez, Marcos Woortmann, diretor adjunto do Instituto Democracia e Sustentabilidade, vê uma oportunidade para o Brasil no cenário atual, considerando o retrocesso de grandes instituições financeiras norte-americanas em pautas ambientais. “Se o Brasil souber evoluir e se adaptar à nova realidade, pode se tornar um exemplo de boas práticas ASG e atrair investimentos”, avaliou.

Com informações Agência Brasil

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