02/12/2014 – Atualizado em 02/12/2014
Por: G1
O presidente da Associação dos Delegados de Mato Grosso do Sul (Acadepol), delegado Marcelo Vargas, negou, nesta segunda-feira (1º), ter ligações com a exploração ilegal de máquinas caça-níqueis no estado. O esquema criminoso foi denunciado em reportagem do Fantástico no domingo (30) e Vargas foi citado por um dos envolvidos.
A reportagem exibida mostra Clayton Batista, dono de centenas de máquinas caça-níqueis que operavam ilegalmente em São Paulo, negociando propina com um delegado de Araçatuba para conseguir operar as máquinas. O delegado estava monitorando o suspeito, que afirmou ter 80 máquinas operando também em Campo Grande e citou o nome de Vargas.
O delegado afirmou que não tem nenhum envolvimento com Clayton. “Eu desafio alguém a comprovar qualquer envolvimento meu, qualquer relação minha com esse cidadão em qualquer momento, quanto mais nestes últimos quatro meses que é quanto durou essas investigações”, disse.
Na manhã desta segunda-feira, Vargas enviou um requerimento ao secretário de Justiça e Segurança Pública de do estado (Sejusp) pedindo que a corregedoria de Polícia Civil investigue as denúncias apresentadas na reportagem.
Ele colocou à disposição a quebra de sigilo bancário, fiscal e de telefones para esclarecer os fatos. Vargas pediu ainda a interpelação judicial de Clayton Batista, que citou o nome dele na reportagem.
“Já pedimos para a corregedoria, para o secretário de segurança pública fazer contato com a polícia de São Paulo pedindo cópia integral desse vídeo, cópia integral de toda a investigação e, acima disso, pedindo que seja instaurado procedimentos investigatórios aqui para apurar não só a minha conduta, mas para apurar também a existência de 80 máquinas caça níqueis conforme ele disse na reportagem”, detalhou.
Sobre a reportagem, onde o operador diz que tem 80 máquinas em Campo Grande, a associação de delegados pediu imediata abertura de um inquérito para investigar se existem ou não estes equipamentos na cidade.
Caça níqueis em Campo Grande
Nos últimos 10 anos, o combate ao uso de caça níqueis foi intensificado em Mato Grosso do Sul. Em 2007, em uma grande operação pessoas foram indiciadas e muitas denúncias e apreensões foram feitas.
Há dois anos, a Justiça não autoriza a destruição dos equipamentos. A Polícia Civil tem registrado queda desse tipo de contravenção na cidade. A delegada Suzimar Batistela, titular da Delegacia Especializada de Ordem Pública e Social (Deops), explica que as operações e apreensões desarticularam os grupos que operavam máquinas na cidade.
“Muitas vezes é até uma confusão por parte das denúncias que chegam aqui como sendo caça-níquel e, uma vez verificado, a gente percebe que são máquinas de música que é outra contravenção penal que não a de caça-níquel”, explicou a delegada..
A polícia explica que hoje são usados equipamentos menores e portáteis que podem ser levados de um lugar para outro e, por esse motivo, é difícil identificar os pontos de operação caça niqueis.